World of Warcraft é um dos maiores fenômenos da história dos videogames, e um trabalho coletivo que envolveu inúmeros profissionais desde o seu lançamento em 2004. O que nem todos sabem é que temos uma brasileira entre os grandes nomes da série, a talentosa Laura Sardinha! Natural de Manaus, ela já está na Blizzard há mais de cinco anos, e hoje em dia atua como Lead UI Designer na empresa. Para celebrar essa conquista tão legal, a produtora gentilmente nos convidou a bater um papo com a Laura sobre a sua inspiradora jornada. Videogames sempre foram parte da sua vida? Vi que você chegou a fazer até alguns cosplays! Quais eram os seus jogos favoritos antes de começar a trabalhar na área? Eu cresci jogando videogames. De The Legend of Zelda Ocarina of Time no Nintendo 64 a Diablo 1 no PC. Meus jogos favoritos quando criança eram os da saga Zelda e também jogos de luta, como The King of Fighters, Mortal Kombat e Street Fighter. Laura Sardinha trabalha como Lead UI Designer na Blizzard Laura Sardinha trabalha como Lead UI Designer na Blizzard Fonte: Blizzard Um pouco mais tarde, quando ganhamos o primeiro PC, comecei a me aventurar nos jogos Online como Diablo I e II, Warcraft 3 e Counter-Strike, onde até participei de alguns campeonatos! Quando comecei a trabalhar e pude pagar a mensalidade, World of Warcraft estava no topo da lista, depois daí, nunca mais parei de jogar. Como foi o início da sua trajetória profissional? Quando e como a paixão por videogames se transformou em vontade de ganhar a vida com isso? Sempre amei videogames! Com isso, sempre foi um sonho trabalhar na área. Também amo arte e sempre gostei de desenhar. Com essas duas coisas em mente, decidi partir para a área de design, onde sabia que seria uma porta de entrada. Por muitos anos não trabalhei com jogos, mas sim com aplicativos para celular, mas foi uma base muito importante na carreira em jogos, pois o princípio é o mesmo, o que muda e apenas o produto. Foi muito desafiador entrar nesse mercado de trabalho? Uma vez decidida sobre o que queria fazer, você foi para os EUA estudar e seguir carreira, certo? Pode contar um pouco sobre como foi essa jornada desde a faculdade até ir trabalhar para a Blizzard? Muito desafiador, principalmente para alguém no Brasil, pois é muito difícil achar empresas de jogos para trabalhar e ganhar experiência! Por conta disso, depois de alguns anos trabalhando como Designer de Interface para a Nokia e Microsoft, decidi largar tudo e focar a minha experiência com interface, mas agora em jogos. Para isso se concretizar, eu teria que ir para os Estados Unidos, onde existem mais oportunidades focadas nessa área. Uma forma que encontrei foi fazer um mestrado em Game Design, onde depois de formada, eu poderia aplicar para posições na indústria e ter mais chances de ser aceita. O mestrado foi importante, pois eu não tinha experiência com jogos no meu currículo, e isso daria um “up” nas vagas que eu tentasse. Assim que formei, rapidamente apliquei para vagas na Blizzard, pois sempre foi a empresa dos sonhos. Laura Sardinha já está na Blizzard há mais de cinco anos Laura Sardinha já está na Blizzard há mais de cinco anos Fonte: Blizzard Também durante o mestrado, participei de projetos de jogos que ajudaram a melhorar meu portfolio, pois apliquei o estilo “Blizzard” em todas as interfaces que eu fazia e sabia que eu teria mais chances dessa forma. Assim que apliquei para as vagas, recebi entrevistas para 3 delas, e uma era para World of Warcraft. Depois de muitos rounds de entrevistas e testes, inclusive no escritório da Blizzard na fase final, consegui a minha sonhada vaga no time do WoW. E aqui estou já faz 5 anos! É inspirador saber que, além de brasileira, você foi a primeira líder UI designer no time de WoW. Como foi o processo de crescimento dentro da companhia? O ambiente de trabalho por lá é legal? Como eu não tinha carreira em games, mas tinha muita experiência na área de UI/UX e também muito conhecimento de World of Warcraft como jogadora, o time de WoW me deu a oportunidade de trabalhar com eles como “associate” UI designer, que seria um nível Junior no Brasil. Entretanto, rapidamente fui crescendo no time, e fui promovida para mid-level designer e depois de um tempo eles resolveram abrir uma vaga de Lead por conta do time estar crescendo muito. Senti confiança que poderia ser uma boa Lead para o time e resolvi aplicar. De novo passei por rounds de entrevistas e no final eu fui selecionada como Lead. Hoje coordeno um time de 4 UI designers para a versão PC e Companion app de World of Warcraft, e também sou responsável por todas as funcionalidades que entram nas atualizações e expansões do game, reviso toda a UI/UX e também a arte da interface. O ambiente de trabalho e maravilhoso, as pessoas que trabalham no game amam o que fazem e isso e refletido no game! De todas as coisas que você e o time trabalharam em WoW, qual é a sua conquista favorita? No que você mais gostou de trabalhar até agora? Assim que entrei no time do WoW, eles estavam finalizando a expansão Legion, e ao mesmo tempo que estavam nos toque finais, eles também queriam lançar uma Companion App para o jogo, mas eles não tinham nenhum UI designer trabalhando nela. Como eu tinha muita experiência com celular, principalmente na área de aplicativos, pedi para ajudar o time com isso. Em dois meses finalizamos o aplicativo e ele foi lançado junto com a expansão. Eles não esperavam lançar o produto nesta data, pois sabiam que não daria tempo, mas dando uma mão no projeto, tudo foi acelerado e o produto foi lançado com sucesso. A resposta dos jogadores foi muito positiva, e com isso, hoje temos um time dedicado ao aplicativo de celular e não para de crescer! Foi muito legal ser a primeira designer no produto e ajudar o jogo de uma forma positiva. Na versão PC, sempre gostei de trabalhar em funcionalidades de interface que tinham uma “historia” por trás. É muito divertido pra mim entender o contexto e fazer o casamento com a parte artística. Isso deixa a interface do jogo bem mais imersiva e interessante para os jogadores. Que dicas você daria para alguém que também esteja disposto a trabalhar na área? O que aprendeu de legal durante a sua jornada e gostaria de compartilhar com os nosso leitores? O principal e saber que carreira você quer seguir. Muitas pessoas sabem que querem trabalhar com jogos, mas não sabem em qual área querem se dedicar. Claro que eu mesma não sabia qual área iria focar logo de começo, eu lembro que queria ser uma artista de personagens, fazer artes conceituais, etc. Mas logo que comecei a trabalhar com interface na Nokia e Microsoft, vi que poderia fazer um bom casamento de design com arte, e isso e perfeito para games. Assim que esse “click” aconteceu, fiz disso o meu foco e isso facilitou a chegar aqui. Também aprendi que e muito importante entender o que a empresa esta buscando, deixar o seu portfolio no estilo deles, pois quando o recrutador abrir, vai sentir confiança que você tem o estilo que eles procuram. E é claro, nunca para de jogar videogames! Você já conhecia a Laura Sardinha e sua história? Também é fã de World of Warcraft? O que achou da trajetória dela? Conte para a gente nos comentários a seguir!

Aplicativo de entrega de refeições vai diminuir percentual cobrado de restaurantes no lockdown e separa R$ 4,5 bilhões em crédito e antecipação de recebíveis

O iFood faz parte daquele rol de empresas que se beneficiaram –e muito– da pandemia. Se há um ano, a empresa atendia a 30 milhões de pedidos por mês, agora está próxima dos 50 milhões.

E, agora, diversos estados estão decretando novas quarentenas –ou tentando, pelo menos. Restaurantes e bares fechados significam mais mercado para o setor de delivery, que é uma das pouas saídas para a sobrevivência desses estabelecimentos. Por isso, o iFood decidiu voltar com alguns benefícios para os seus clientes diretos, e estima que deve dobrar de tamanho em 2021 mesmo com a crise atual.

A partir de quinta-feira (11), as taxas de comissão do iFood cairão de 23% para 18% e essa redução permanecerá até o fim de março. Além disso, a empresa antecipará R$ 4 bilhões em recebíveis –desde o início da pandemia, foram mais de R$ 12 bilhões. Para completar, o iFood deve oferecer R$ 500 milhões em linhas de crédito. No total, a companhia espera impactar 200 mil estabelecimentos.

É fato que a companhia vai abrir mão de um pouco de receita, mas nem nesse novo momento complicado ela deixa de crescer. Segundo Diego Barreto, vice-presidente Financeiro e de Estratégia da empresa, o número de pedidos nesse período de fechamento de estabelecimentos subiu em 10%.

“Na primeira semana de março, tivemos um aumento de 10% e deve ser esse o patamar enquanto existir o lockdown”, diz ele.

A meta é dobrar

Esse número vai ajudar a meta da companhia de continuar dobrando de tamanho ano a ano. Segundo Barreto, um setor em específico vai ajudar a companhia: supermercados.  A companhia entrou mais forte nessa área em 2020 e, de acordo com o Barreto, esse será o motor de crescimento da empresa.

A expansão geográfica também está na lista. A empresa pretende aumentar de 1.100 para 1.500 cidades atendidas ainda em 2021. “Estamos vendo um movimento acelerado de estabelecimentos de diferentes cidades procurando a plataforma por causa da alta da demanda por delivery”, afirma.

Algo que está totalmente fora dos planos do iFood é cobrar uma assinatura em troca de frete grátis, como fazem seus principais concorrentes Uber Eats e Rappi. Barreto diz que, tirando a Amazon, não encontrou nenhum serviço que seja viável economicamente nesse modelo de negócio.

O iFood chegou a testar esse serviço em 2018, mas logo desistiu. Agora, está testando um modelo de cupons, chamado de Clube iFood. Funciona assim: a pessoa paga um determinado valor por um número de entregas grátis ou por uma série de cupons de desconto.

Recorrência e concorrência

Dessa maneira, o iFood quer aumentar a recorrência dos pedidos no Brasil, especialmente em horários fora da rotina –como a compra de um café da manhã ou de uma sobremesa à tarde.

Mais do que isso, quer deixar para trás a concorrência, que está mais acirrada do que nunca. Apesar de dominar mais de 70% do mercado de refeições, o setor está ficando cada vez mais competitivos. Se há um ano, o iFood tinha que se preocupar só com dois principais concorrentes, agora tem gigantes como Magazine Luiza e B2W querendo uma parte do seu mercado.

“A concorrência nunca esteve tão alta e há grandes empresas de tecnologia com conhecimento de mercado. Vejo até mesmo a Stone vindo com bastante força”, diz Barreto.

Diante disso, como o iFood vai se financiar para brigar com gigantes? O executivo afirma que a empresa não pensa nem em novos aportes nem em um IPO. O último deles foi em novembro de 2018, quando a empresa recebeu US$ 500 milhões e se tornou um unicórnio.

Segundo Barreto, a diminuição da margem com benefícios aos compradores vai ser compensada com a redução das campanhas de publicidade. E, diante de uma concorrência como essa, toda economia pode ser um diferencial.

Foto: iFood/Divulgação

Fonte: CNN Brasil

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