Quando foi a última vez que você parou para pensar no impacto que a criação da internet teve na educação? Acontece que, muitas vezes, estamos tão acostumados a conviver com uma tecnologia, que acabamos nos esquecendo de como ela transformou nossas vidas. Até meados dos anos 1990, fazer um trabalho de escola implicava em ir a uma biblioteca, mergulhar nas páginas de enciclopédias e livros específicos das matérias, copiar tudo à mão, fazer colagens e entregar ao professor. Hoje, o Google e mais uma série de aplicativos e conteúdos disponíveis na palma da mão ajudam os estudantes a pesquisar e fazer esse trabalho com mais agilidade, eficiência e de forma mais interativa.
E se eu te disser que estamos prestes a viver uma nova revolução com potencial para gerar um impacto ainda mais relevante no aprendizado de estudantes?
É o que diversos estudos e especialistas estão prevendo com a expansão do acesso às redes 5G globalmente. Se em um primeiro momento o 5G nos oferece velocidades de conexão mais rápidas e confiáveis, num segundo, a nova geração de redes irá ajudar na expansão de tecnologias essenciais para uma educação mais inovadora e imersiva, que ainda estão em um estágio inicial diante de seu potencial. Aqui falo de Inteligência Artificial, Realidade Virtual, Realidade Aumentada, Internet das Coisas, Robótica, Big Data, Automação e mais uma série de inovações que vão tornar o acesso à educação ainda mais preciso, personalizado e, por que não, mais divertido? Além de tornar toda essa nova experiência cada vez mais democrática. Para quem tem filhos na era das telas e aplicativos, sabe como a diversão por meio da gamificação, dos badges e da premiação é um encorajamento, um fator fundamental para captar a atenção em um mundo tão cheio de estímulos digitais.
O que torna este cenário otimista em relação à chegada desta revolução são pesquisas recentes que falam sobre 5G globalmente e no Brasil. No estudo “5G: The Next Wave”, a Ericsson ConsumerLab diz que em 2023 cerca de 30% dos consumidores globais (em torno de 510 milhões de pessoas) têm planos de assinarem um serviço 5G. No Brasil, essa participação é ainda maior: 69% dos usuários farão upgrade para 5G em 2023 e pelo menos 24% já possuem um dispositivo pronto para a tecnologia. O estudo traz ainda alguns resultados que mostram um engajamento maior dos usuários de 5G com tecnologias como vídeos imersivos e realidade aumentada. De acordo com a Ericsson, 54% dos usuários de 4G dizem que começarão ou aumentarão o uso de aplicativos de Realidade Aumentada assim que se inscreverem no 5G. Vejam o tamanho do potencial para novos negócios e para um engajamento maior de estudantes com o aprendizado.
Se o conteúdo é a base para a educação, podemos pensar que o ponto de partida para se pensar na educação do futuro é o conteúdo imersivo. Aquele que sai dos livros, das páginas da internet e de fotos para vídeos interativos, com riqueza de informações e para um ambiente digital 3D e imersivo. O metaverso é uma das buzzwords dos últimos anos, atraiu investimentos de gigantes como Meta e Roblox, que estão de olho especialmente nas possibilidades criadas para o mercado de educação.
Quando olhamos para as aplicações na prática, estamos falando de alunos com óculos de Realidade Virtual aprendendo História, se “transportando” para momentos cruciais do passado a partir de campos virtuais criados com riqueza de detalhes. Em Biologia, a possibilidade de estudar animais e outros seres vivos em seus ambientes naturais representados num plano virtual, com direito a interação. Em Matemática, os makerspaces virtuais (locais virtuais onde as pessoas se encontram para trabalhar em projetos reais) ou ainda por meio de ferramentas como whiteboards, que podem ser usadas para objetivos visuais e para explicar, por exemplo, geometria. Em Física, os alunos podem ver na prática os efeitos de fórmulas que, numa folha de papel, não parecem tão convidativas.
E por que o 5G é importante? Ele tem um grande potencial para tornar o acesso à educação imersiva mais democrático, já que, no mundo para onde estamos caminhando, com uma infraestrutura muito mais segura e confiável, alunos com diferentes realidades socioeconômicas poderão usufruir de uma tecnologia de igual qualidade.
Por fim, uma educação imersiva também é uma educação mais personalizada. Tecnologias como inteligência artificial, machine learning e big data irão permitir coletar dados dos estudantes, analisar seus desempenhos e propor trilhas de aprendizado que tornem o ato de estudar mais empolgante e divertido. Tudo, claro, de acordo com as regras da Lei Geral de Proteção de Dados. Serão informações geradas não apenas pelos exercícios e pela percepção dos educadores, mas também por dispositivos digitais.
Algo similar ao que a indústria automotiva usa para analisar a interação de seres humanos e os veículos para propor melhorias de segurança, eficiência e até desenvolver carros autônomos.
Mas, diferentemente de automóveis melhores e mais eficientes, quando pensamos na revolução tecnológica na educação, estamos falando de construir novas gerações mais preparadas, mais humanas e atentas às grandes questões que essa e as próximas gerações deverão enfrentar.
*Com informações do site Meio e Mensagem