6 tendências para as startups brasileiras ficarem de olho

O ecossistema de startups avança a passos largos no Brasil, trazendo oportunidades tanto para empreendedores quanto para investidores.

No ano passado, os investimentos em capital de risco bateram o recorde de US$ 1,3 bilhão, segundo pesquisa da Lavca (Association for Private Capital Investment in Latin America). “A tendência é amadurecer de forma consistente, com mais rodadas de investimento e negociações com grandes corporações”, diz Felipe Collins, sócio da aceleradora ACE Startups e palestrante do We Are Omie – organizado pela fintech Omie.

No evento, que acontece no dia 8 de agosto na capital paulista, ele participa da trilha “Marketing e vendas de resultados”.

O cenário, que é promissor, acolhe algumas das startups mais bem avaliadas da América Latina. É o caso da Movile, iFood, Nubank, Rappi e 99, todas elas com valor de mercado estimado em mais de US$ 1 bilhão cada.

Outras, como as fintechs Stone Pagamentos e PagSeguro, já fizeram seus IPOs (iniciais em inglês para Oferta Pública Inicial, a entrada de uma empresa na Bolsa de Valores) e estão listadas na Nasdaq e na NYSE, respectivamente.

Mas nem só de unicórnios é feito o ecossistema de inovação no país. “O número de startups nascendo e pegando investimento é crescente”, diz Collins. Para aproveitar todas as oportunidades que vêm por aí, ele destaca as principais tendências para o empreendedor ficar de olho. Confira a seguir:

1. Mais perto das corporações
As grandes companhias têm se aproximado cada vez mais das startups para tê-las como fornecedoras. Outro movimento que se intensifica é o corporate venture, no qual as grandes atuam como fundo de venture capital. “Algumas inclusive auxiliam as startups com mentorias e acesso a parceiros e clientes”, afirma Collins.

2. Portas abertas para fintechs
O mercado financeiro, antes dominado por instituições bancárias e de meios de pagamento, assiste agora ao boom das fintechs. “Com tecnologias disruptivas, elas prometem atendimento individualizado e taxas mais atrativas”, afirma o sócio da ACE.

O grande impulso, porém, ainda está por vir. “A regulamentação do open banking, cuja implementação pelo Banco Central começou em abril, diminuirá a barreira de entrada para novas empresas”, diz. Segundo ele, a nova medida abre portas para que mais empreendimentos – não necessariamente bancos – possam prover serviços financeiros.

3. Solo fértil para agritechs
O agronegócio oferece boas oportunidades para startups especializadas. “Trata-se de um mercado adepto às novas tecnologias e que ainda têm grandes problemas para resolver, a começar pelo crédito da safra e o monitoramento da produção”, afirma Collins.

Outra tendência é o desenvolvimento de startups de métricas em centros de pesquisa no interior do país.

4. Foco na solução
O sucesso não mora necessariamente nos setores que estão em alta, mas onde estão os problemas. “E isso é o que não falta”, garante Collins, que destaca as deficiências em gestão e serviços e o excesso de intermediários em inúmeros processos.

Segundo dados do livro Jobs to Be Done, de Anthony Ulwick, negócios que identificam um problema antes de elaborar qualquer ideia têm 86% mais chances de dar certo do que aqueles que investem primeiro em tecnologias e só depois buscam utilidade para elas.

5. Formação empreendedora
Novas iniciativas de educação empreendedora em universidades têm preparado profissionais aptos a trabalhar em startups, com competências e modelos mentais específicos.

De acordo com uma pesquisa divulgada pelo fundo de investimentos Canary, 37% dos universitários no Brasil desejam seguir carreira nesse tipo de empreendimento ou fundar empresas no mercado de tecnologia. “Quanto mais cedo se fomentam essas possibilidades, maiores são as chances de termos boas startups no futuro”, diz Collins.

6. Lógica de colaboração
As comunidades de startup têm se fortalecido, ajudando-se mutuamente com produção de conteúdo, networking e compartilhamento de informações em eventos, meetups, clubes de inovação e bate-papos informais nas sedes das próprias empresas. “A ideia é propagar conhecimento, mitigar lacunas e encurtar caminhos”, afirma o sócio da ACE.

Fonte: Revista PEGN

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