A startup rondoniense COIL, criada pelo médico e empresário Fábio Benesby, aposta na combinação entre inteligência artificial, bioeconomia e inclusão produtiva para mudar a realidade da Amazônia Legal. Em entrevista ao podcast Resenha Política, veiculado exclusivamente em parceria com o Rondônia Dinâmica e apresentado por Robson Oliveira, o fundador da empresa explicou como a plataforma desenvolvida pela equipe da COIL permite mapear áreas de floresta por meio de visão computacional embarcada em drones, identificando espécies com potencial econômico, como o patauá e a macaúba.
Segundo Benesby, a proposta é oferecer uma alternativa sustentável para o pequeno produtor. “O crédito de carbono não é uma realidade para o pequeno produtor. A gente quer mudar isso. Se ele é obrigado a manter 80% da floresta em pé, essa área precisa gerar renda. A plataforma identifica essas árvores e indica como extrair bioativos sem desmatamento, além de registrar o crédito”, explicou. As informações são do site Rondônia Dinâmica.
A macaúba, uma palmeira oleaginosa nativa da Amazônia e presente em diversas regiões do país, ocupa lugar central no projeto. A planta pode produzir até 5 mil litros de óleo por hectare — dez vezes mais do que a soja — e seus subprodutos são aproveitados na indústria de ração animal. “Com apenas um hectare de macaúba, o produtor pode ter retorno superior a R$ 10 mil, enquanto a pecuária rende cerca de R$ 2 mil por hectare”, comparou o empresário. As informações são do site Rondônia Dinâmica.
Para garantir renda desde o início, enquanto a macaúba leva entre quatro e cinco anos para atingir a produção de óleo, a plataforma da COIL utiliza a IA para identificar e extrair outros bioativos já presentes na propriedade. “É uma ponte de receita. O produtor começa a ganhar no dia um com o que já tem na floresta. E no segundo ano, a própria macaúba começa a gerar crédito de carbono por conta da captura de CO₂”, detalhou.
Além do viés econômico, o sistema contribui para o monitoramento ambiental. A inteligência artificial da COIL consegue identificar queimadas e desmatamentos quase em tempo real. “Quem entra no projeto não pode desmatar nem queimar. Isso quebra a cadeia da sustentabilidade”, reforçou. Os dados são processados com o apoio de imagens de satélite de empresas como a Planet, também utilizadas por órgãos como a Polícia Ambiental e o INPE.
A startup foi aprovada em editais como o Tecnova, da FINEP em parceria com a Fapero, e já conta com contrato firmado com o Sebrae de Rondônia. Atualmente, a COIL está modelando o projeto-piloto com dez produtores rurais da capital, Porto Velho, mas já possui mais de 14 mil agricultores pré-cadastrados em seu sistema.
A equipe responsável inclui, além de Benesby, os sócios Aleph, Camata (ex-superintendente do Sebrae e ex-Odebrecht) e Maurício Conte. O grupo participou de eventos internacionais em Lisboa e Paris, e apresentará o projeto na COPPE, evento nacional voltado à sustentabilidade. As informações são do site Rondônia Dinâmica.
De acordo com o idealizador, o apoio institucional é essencial para escalar a proposta. “Esse projeto da macaúba não vai conseguir crescer apenas com uma startup. É preciso apoio de governo, instituições e do mercado. É agro. Só que é agro com foco no pequeno. E os pequenos representam 89% das propriedades na Amazônia”, frisou.
Benesby ainda destacou que a inteligência artificial desenvolvida pela empresa poderá ser utilizada para fazer inventários florestais de maneira automatizada. “É como os drones mudaram o georreferenciamento. A IA pode evitar o deslocamento de equipes e reduzir custos em processos de regularização fundiária”, afirmou.
A COIL está presente nas redes sociais e pode ser acessada por meio do site https://www.coill.earth/. A entrevista completa está disponível no canal Resenha Política no YouTube e também na programação da TV Rema.
Fonte: Rondônia Dinâmica.