Caravana científica e intercultural percorrerá o rio Amazonas

No período de 26 outubro a 6 de novembro deste ano, uma caravana científica e intercultural percorrerá o rio Amazonas, de Manaus à Belém, como uma das atividades da COP30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) que acontecerá na capital paraense. A iniciativa, intitulada Projeto Iaraçu, envolve nove instituições brasileiras e francesas, entre elas a CAPES.

Podem participar pesquisadores de todas as instituições de ensino superior do país. As inscrições vão até 29 de agosto e devem ser realizadas pelo endereço Appel à proposition d’activités – IARAÇU Cap sur la COP30. A relação dos selecionados será divulgada em 15 de setembro.

Ao longo de sua travessia de Manaus a Belém, que englobará outros rios além do Amazonas, a caravana Iaraçu coletará relatos e destacará as iniciativas locais das pessoas que vivem, no dia a dia, os efeitos das mudanças climáticas. Ao mobilizar pesquisadores, universidades, instituições públicas, organizações sociais e jovens, o projeto pretende dar voz aos territórios amazônicos nos debates internacionais sobre o clima.

O candidato deve propor uma ou mais atividades, que envolvam uma equipe franco-brasileira, para serem realizadas a bordo ou atracadas nas cidades ou comunidades ribeirinhas. Os temas precisam estar relacionados às mudanças climáticas, às ameaças resultantes à biodiversidade, ao ciclo da água e às sociedades, com as respectivas estratégias de mitigação e adaptação. O projeto custeará a acomodação e as refeições no barco.

As ações podem ser em forma de workshops, seminários, formações, projeções, audições e coleta de ações dos moradores ribeirinhos e as propostas devem ser apresentadas por pesquisador de uma universidade ou órgão de pesquisa francês ou brasileiro, de preferência da Amazônia brasileira, startup ou empresa que desenvolva produtos ou soluções inovadoras relacionadas aos temas da COP30, e agência, organização ou operador que trabalhe em cooperação franco-brasileira em um ou mais temas da COP30. Para participar, é preciso trabalhar na Amazônia como área geográfica principal ou que tenha uma relação temática com esta região.

O Iaraçu vai documentar as estratégias de adaptação às mudanças climáticas, com uma abordagem que combina pesquisa científica, diálogo intercultural, comunicação pública e diplomacia ambiental. Durante a navegação, o barco fará escala em várias cidades e comunidades ribeirinhas. O principal objetivo da expedição é compartilhar saberes e promover o diálogo entre cientistas e a população local.

Ao longo do trajeto, a caravana realizará oficinas de sensibilização sobre os impactos das mudanças climáticas, exposições, projeções de filmes, conferências e debates intergeracionais e interculturais sobre a resiliência dos territórios amazônicos. Também haverá diálogo com as comunidades, coleta de depoimentos e conhecimentos locais sobre estratégias de adaptação.

Além da CAPES, participam do projeto o Institut de Recherche pour le développement (IRD), a Embaixada da França no Brasil, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCT), o Centro Franco-Brasileiro da Biodiversidade Amazônica (CFBBA), o Fonds Équipe France (Projeto FEFACCION), a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Pará (UFPA). O nome Iaraçu tem origem Tupi e significa “grande senhora das águas.”

Há mais de 40 anos, a França apoia projetos de pesquisa e formação na Amazônia brasileira e na Guiana Francesa, em colaboração com universidades, instituições públicas e agências científicas locais. Em março de 2024, foi relançado o Centro Franco Brasileiro de Biodiversidade na Amazônia (CFBBA), que coordenará iniciativas científicas, na valorização dos conhecimentos locais e busca de soluções para enfrentar as mudanças climáticas.

Fonte: CGCOM/CAPES

Foto: Divulgação

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