Exportações de motos de Manaus para os EUA caem 37%, afirma Abraciclo

O tarifaço de Donald Trump ao Brasil causou queda de 37% na exportação de motocicletas de Manaus para os Estados Unidos de janeiro a setembro de 2025, informa a a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).

“O impacto ocorreu. É claro que a indústria correu atrás para encontrar mercados alternativos, mas esse não é o melhor cenário. A gente ainda tem a expectativa de que as taxas voltem ao patamar anterior ao tarifaço. Os números de exportações ainda são tímidos. O mercado americano é importante para nós”, disse Marcos Bento, presidente da Abraciclo, nesta terça-feira (14) em Manaus ao apresentação dos números do setor.

“O mercado americano é importante para nós, não só pela participação, mas também para demonstrar a outros países a capacidade que a Zona Franca tem de exportar a países de primeiro mundo. Nosso produto é de alta tecnologia”, acrescentou.

Segundo o empresário, “apesar de a indústria ter encontrado alternativas, a gente ainda espera que as taxas voltem ao patamar anterior e que a gente continue exportando para o mercado americano”. Marcos Bento explicou que, como alternativa, “houve recuperação do mercado da Argentina e da Colômbia”. O tarifaço começou a valer em agosto.

As fabricantes instaladas no PIM (Polo Industrial de Manaus) exportaram 29.490 motocicletas de janeiro a setembro, um crescimento de 23,6% em relação ao mesmo período de 2024. Em setembro, foram embarcadas 5.258 unidades, um aumento expressivo de 208,7% na comparação com o mesmo mês do ano anterior e de 78,7% em relação a agosto.

Do total, 13,2% das exportações foram destinadas à Argentina entre janeiro e setembro, aumento de 37,5% em comparação aos 9,6% do mesmo período de 2024. A Colômbia foi o segundo país que mais importou do Brasil, com 6,5%, frente a 9,6% em 2024, aumento de 44%.

Mesmo com queda, os Estados Unidos foram o terceiro destino com 4,6%, menor que o registrado no mesmo período do ano passado, de 7,3% (-37,0%). A Austrália vem em seguida, com 2,4% das exportações, frente a 1,3% no ano anterior, aumento de 84,6%.

Projeção revisada

A Abraciclo revisou para cima sua projeção anual de produção de motocicletas em 2025. A nova estimativa é de um crescimento de 11,5%, com a expectativa de que 1,950 milhão de unidades sejam produzidas no Polo Industrial de Manaus. Inicialmente, a previsão era de 1,880 milhão de motocicletas.

A associação também atualizou suas projeções para o varejo. A expectativa agora é de que os emplacamentos alcancem 2,1 milhões de unidades, o que representa um crescimento de 11,9% em relação ao ano anterior. Anteriormente, a estimativa era de 2,02 milhões de unidades comercializadas no mercado interno.

Para as exportações, a perspectiva foi mantida em 35 mil unidades, alta de 13% na comparação com 2024. No acumulado do ano, a produção de motocicletas totalizou 1.496.169 unidades nos nove meses, registrando o melhor resultado para o período em 14 anos. Na série histórica, esse foi o terceiro melhor desempenho do setor. Em comparação com o mesmo período do ano passado, houve um crescimento de 13,1%.

A categoria Street lidera a produção, com 757.243 unidades (50,6% do total fabricado). Em seguida vem a Trail, com 313.065 motocicletas (20,9%), e a Motoneta, com 204.022 unidades (13,6%).

No levantamento mensal, a indústria também registrou o melhor desempenho para setembro desde 2011. Foram 169.206 unidades produzidas, volume 17,4% superior em relação a setembro de 2024 e 9% inferior a agosto deste ano.

Os modelos de baixa cilindrada continuam liderando a produção nacional, com 79,4% do total fabricado no mês, seguidos pelas motocicletas de média cilindrada (17,5%) e de alta cilindrada (3,1%).

Fonte: Amazonas Atual.

Foto: José Paulo Lacerda/CNI

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