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Motivação por Metas X Motivação por Proficiência

A abordagem motivacional tem sido direcionada, amplamente, sob o ponto de vista psicológico. Por essa razão, cumpre que se faça uma análise pela perspectiva das neurociências. Nesse caso, destaca-se a motivação por metas e a motivação por proficiência.

Sob o viés cognitivo, somos dirigidos por eventos mentais voltados a metas, os quais podem mobilizar o esforço e aumentar o compromisso das pessoas (GOLLWITZER & BARGH, 1996). Tais eventos mentais são listados por: planos, metas e intenções. O Plano nada mais é do que uma representação que fazemos de um comportamento que consideramos ideal.

Assim, tem-se uma percepção do nosso estado presente e nossa projeção de um estado ideal, o que nos conduz a uma auto-regulação do nosso comportamento. Nesse processo de regulação, quando nos deparamos com uma incongruência entre nosso estado presente e o estado ideal, adquirimos um senso de mudança, o qual pode nos levar a tomar decisões que resultem numa motivação corretiva (GOLLWITZER & BARGH, 1996).

Progressão lenta e progressão rápida

Quando progredimos lentamente em direção ao ideal, deparamo-nos com a discrepância com nosso estado atual, o que desperta emoções negativas, tais como ansiedade, frustração e insegurança. Sendo assim, o feedback possui grande importância, pois permite reduzir a incongruência apontada, situando o indivíduo para que possa gerar um plano reativo.

Por sua vez, ao progredirmos rapidamente, vemos congruência entre o estado presente e o ideal, surgindo, assim, emoções positivas, a exemplo da confiança, segurança e determinação. Nesse sentido, a meta possibilita abrir um processo de criação de ações (LOCKE & LATHAM, 2002).

Todavia, a Meta tende a interferir no nível do desempenho (LOCKE & LATHAM, 2002), vez que esse não tem cunho motivacional, conquanto demande conhecimentos, habilidades e atitudes norteadas por gestão emocional (CHANGE) (SANTOS, 2011), além de treinamento, orientação e recursos para que se viabilize.

A definição da motivação por metas

Além disso, para se validar a meta, a mesma precisa ser aceita por quem for executá-la, no que se avalia o grau de dificuldade, que deve ser razoável e gradual, a participação no processo de sua definição, a credibilidade de quem a lidera e a propõe, acrescida de incentivos extrínsecos. Ademais, a meta precisa ser específica, ou seja, deve ser clara com o que é necessário fazer para que se gere foco.

A grande crítica que se faz à motivação por metas é que em tarefas que exigem criatividade, capacidade de resolução, ela não melhora o desempenho e ainda gera interferência no senso de autonomia (AMABILE, 1998), afastando o comprometimento. Afeta-se, assim, o esforço pessoal, que leva em conta o alcance de autonomia, senso de competência e relacionamento, ou seja, crescimento pessoal e bem-estar, o chamado: significado (SHELDON, 2001).

Metas de curto e longo prazo

Portanto, metas de curto prazo são úteis para atividades de repetição e desinteresse, mecânicas. Já metas de longo prazo melhor se aplicam em atividades criativas, de interesse, desafios (AMABILE, 1998). Por sua vez, o plano das intenções tem como norte concentrar-se no processo, na maneira de se atingir a meta, o que permite abster-se do motivo do esforço e concentrar-se nos meios para se alcançar o que se deseja (GOLLWITZER, 1999).

Uma vez dominado o processo, aumenta-se o senso de percepção na execução da atividade, afastando a ansiedade com o resultado, possibilitando a reprodução do comportamento em outras ocasiões.

Isso porque durante o processo motivacional pode se optar por simulações mentais: ou de resultado (meta, objetivo em si) ou de processo (intenções, como fazer). São as intenções de implementação que determinam os planos específicos de ação, o momento de começar a agir e estabelecer uma cultura de persistência, a partir dos questionamentos básicos do planejamento: O quê? Quando? Onde? Quem? Por quê? Como? Quanto? Enquanto a meta só foca no resultado.

A motivação por proficiência

Diante de tais considerações, sob o viés cognitivo, tem-se que à exceção de objetivos de curto prazo, a motivação ligada a metas é pouco profícua, levando a emoções negativas e dispersão do esforço pessoal.

Já a motivação por proficiência revela-se mais eficaz e eficiente, uma vez que gera uma concentração de foco nos processos. Isso possibilita a reprodução de resultados pelo domínio dos meios de alcançá-lo, aumentando o senso de percepção do indivíduo e o seu senso de bem-estar.

Desse modo, ao encontrar congruência entre seu estado atual e o ideal, aumenta-se a sensação de autonomia, competência e relacionamento, nutrindo a plena motivação cognitiva.

 

*Grupo de Estudos de Comunicação e Ações Motivacionais ABRH/RS.

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