Após superar recordes negativos no mês de julho, o Amazonas registrou quase 3 mil focos de queimadas apenas nos primeiros dez dias de agosto, segundo dados da plataforma BDQueimadas, pertencente ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Segundo o sistema de monitoramento, entre os dias 1º e 10 de agosto, foram contabilizados 2.845 focos de queimada em todo o estado. O número representa um salto de 179,1% em relação aos números registrados no mesmo período do ano passado, um total de 1.019 focos de incêndio.
Entre os municípios que mais registraram queimadas no Amazonas, Apuí lidera com 2.517 focos. Em seguida aparecem os municípios de Lábrea, com 1.286 focos de queimada.
Ambos os municípios ficam situados no sul do Amazonas, em uma região conhecida como ‘arco do fogo’, onde predominam os incêndios florestais.
Em resposta às queimadas, o governo do estado informou que o Corpo de Bombeiros está atuando desde junho no sul do Estado, por meio da Operação Aceiro. De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), entre 3 de junho e 9 de agosto, as equipes combateram mais de 5 mil focos de incêndio.
Além disso, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) também têm trabalhado no combate às queimadas na região.
Prejuízos à qualidade do ar
Os efeitos dos incêndios florestais já são sentidos pela população. No Sul do estado, onde se concentra a maior parte das ocorrências, a fumaça já incomoda os moradores da região.
O problema se estende à capital. Neste sábado (10), Manaus amanheceu coberta por uma densa neblina de fumaça. No início da noite, o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (SELVA) apontou que na maior parte de Manaus, os níveis de poluição do ar encontram-se “péssimo”, o grau mais severo na escala de medição.
Para ser considerado de boa qualidade, o ar precisa medir entre 0 e 25 μm/m³ (micrómetro por metro cúbico de AR). No bairro Morro da Liberdade, Zona Sul de Manaus, a qualidade do ar chegou a 151.1 μm/m³, sendo a região mais afetada na capital.
Ao g1, a Defesa Civil informou que uma frente fria chegou ao sul do estado e mudou a rota dos ventos levando a fumaça das queimadas para a região metropolitana, o que casou a “neblina” de fumaça na capital amazonense.
Emergência ambiental
O Amazonas está em emergência ambiental devido aos focos de calor. Ao todo, são 22 dos 62 municípios do estado nessa situação. Segundo o estado, durante o período de 180 dias está proibida a prática de fogo, com o sem uso de técnicas de queima controlada.
Em julho de 2024, o Amazonas bateu um recorde no número de queimadas, segundo dados do Programa de BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe). O estado contabilizou 4.241 focos de incêndio durante todo o mês, sendo o maior número desde 1998, quando o órgão começou a monitorar as queimadas na Amazônia.
O cenário atual é semelhante ao do ano anterior, quando o Amazonas registrou mais de 20 mil queimadas ambientais.
Fonte: G1.