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‘Amor pelas vendas’: Conheça a história de mulheres que decidiram abrir o próprio negócio no Acre

Como reconhecimento da importância das Micro, Pequenas e Médias Empresas no mundo, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu o dia 27 de junho para comemorar esses negócios que movimentam a economia.

Para celebrar essa data, o g1 conversou com duas acreanas que contam como decidiram mudar de vida ao abrirem seus empreendimentos em Rio Branco:

  • Rauanni Rodrigues, de 27 anos, é dona de uma ótica que conta com duas lojas;
  • Késia Barroso, de 33 anos, é dona de um espaço de beleza e de um sexshop.

 

‘Tempo de qualidade’

 

Em 2022, após trabalhar sete anos no ramo óptico como gerente de uma loja, Rauanni Rodrigues, 27 anos, decidiu abrir seu próprio negócio. Atualmente, dona de uma média empresa, quando resolveu empreender, saiu do emprego de carteira assinada sem dinheiro, mas com o sonho bem elaborado em sua cabeça: abrir uma ótica.

Seu pai a apoiou emprestando um valor para começar seu negócio e seu esposo também sempre esteve junto com ela, tanto que se tornou sócio de seu empreendimento. Com o dinheiro inicial, alugou um local e reformou. Com a primeira fase concluída, entrou em contato com alguns fornecedores que ela já tinha contato em razão do antigo trabalho.

Rauanni conta que como conhecia os fornecedores, por ter trabalhado muito tempo no ramo, mesmo sem ter dinheiro, conseguiu produtos para começar sua ótica. “Eu queria realizar o meu sonho e todos me abriram as portas, assim, sem custo financeiro mesmo, para que eu fosse pagando no boleto bancário, com a documentação da empresa”, diz.

Segundo ela, fez o cadastro de sua empresa em grandes laboratórios, antes mesmo de a loja estar pronta. Quando as peças iam chegando, ela entrava em contato com as clientes que já tinha e os atendia em casa.

Rauanni menciona que antes da decisão, gerenciava sete lojas e não tinha horário para sair, o que fez com que após muitos anos com essa rotina, decidisse empreender para priorizar a família e ter a própria independência financeira. “O empreendedorismo me trouxe tempo de qualidade com a minha família, que eu não tinha, de sentar, almoçar. Mesmo no corre corre da vida, hoje eu entendi que a vida não é só trabalho, na vida precisa ter um tempo de qualidade com a família”, afirma.

A jovem que tinha apenas 25 anos quando decidiu sair do emprego, narra que foi o amor que a fez querer empreender. A dona da ótica já tem uma segunda loja considerada Premium, inaugurada em um dos principais bairros de Rio Branco e ainda pretende crescer ainda mais no interior ou até mesmo em outros estados.

“Amor pelo ramo óptico e amor pela venda. Eu amo pessoas, eu amo clientes e o ato de trabalhar com vendas é surreal. Você tem que realmente ter o dom, você tem que realmente ter nascido para isso e eu nasci para isso”, ressalta.

 

‘Eu sabia que era possível administrar’

 

Apaixonada desde cedo por vendas e comunicação, a jornalista Kesia dos Santos Barroso, 33 anos, já havia trabalhado 15 anos de carteira assinada, seguindo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), na iniciativa privada. Em meados de 2019, ela terminou a faculdade e decidiu entrar para um projeto de empreendedorismo social, onde elaborava projetos de economia pessoal e acesso ao mercado de trabalho nas escolas. Desde então, surgiu a vontade de ter seu próprio negócio.

“A medida que eu ensinava, eu também aprendia que ser empreendedor não é um dom, é algo que você pode aprender (…) Mesmo sem ser uma profissional da área da beleza, eu sabia que era possível administrar”, afirma.

Prestes a completar cinco anos de empreendedorismo, o que inicialmente era apenas uma esmalteria, agora se tornou um espaço de beleza com diversos serviços de beleza como: cabelo, sobrancelha e depilação. Pensando nesse mesmo público-alvo, Kesia recentemente decidiu inaugurar um sexshop no mesmo prédio, com a intenção de levar para as suas clientes do espaço de beleza um outro tipo de autocuidado e discutir também o bem-estar sexual, tema este que costuma ser considerado um tabu.

A jornalista ainda frisa que não é uma tarefa fácil empreender, mas se agarra sempre à mudança que viu em sua vida e na de sua família, após decidir apostar na sua intuição e talento para vender.

“Apesar de não ser fácil, [empreender] me possibilita realizar meus sonhos, fazer as viagens que eu quero, ter minha casa própria, meu carro e proporcionar boas condições e experiências pra minha filha. Mas mais do que isso, quem empreende faz parte diretamente da vida de outras pessoas. Nos tornamos de alguma maneira, responsáveis pelo sustento de muitas outras famílias. Vemos também essas pessoas realizando seus sonhos, comprando seus veículos próprios, conquistando a sua independência”, declara.

 

A microempreendedora orienta quem deseja iniciar um novo negócio que se planeje, faça uma reserva financeira para o caso de dar errado, porque algumas vezes apostas envolvem riscos e é necessário apostar mais de uma vez. Ela ainda menciona que não se pode deixar o medo dominar, ao escolher empreender.

“O medo faz parte do processo, mas ele deve ser um parâmetro, para você estar sempre com os ‘pés no chão’, mas ele não pode te paralisar. Quem é vencido pelo medo, não empreende”, declara.

MEI

 

O Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte divulgou, no último 17 de maio deste ano, o mapa de empresas com as informações do boletim do primeiro quadrimestre de 2024. De acordo com os dados, o Acre registrou o segundo maior crescimento percentual no número de empresas abertas em todo o país.

O estado teve a abertura de 2.658 empresas, representando um crescimento de 31,6% em relação ao último quadrimestre de 2023, além de crescimento de 5,2% em relação ao primeiro quadrimestre de 2023.

O empreendedor que deseja se formalizar como Microempreendedor Individual (MEI), precisa participar de uma palestra onde aprenderá quanto aos benefícios da modalidade, além de compreender sobre os produtos e serviços específicos para o microempreendedor.

Uma vez formalizado como MEI, o empresário pode contratar um funcionário, emitir notas fiscais com facilidade, abrir uma conta empresarial e ter acesso à empréstimos com melhores taxas de juros. Além disso, pode contribuir para a aposentadoria e receber benefícios de seguridade.

Para se formalizar, basta procurar a sede do Sebrae, às segundas-feiras, 9h, ou o Sebrae na Oca de Rio Branco, às sextas-feiras, também às 9h. Maiores informações nos postos de atendimento em Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Brasiléia, ou pelo 0800 570 0800, que funciona por ligações e WhatsApp.

O MEI paga mensalmente entre R$ 71,60 e R$ 76,60, a depender da sua atividade. Já o valor para o MEI Caminhoneiro ficará entre R$ 170,44 e R$ 175,44. Esses valores são calculados da seguinte forma: 5% do salário-mínimo (contribuição previdenciária – INSS) para o MEI em geral, o que equivale a R$ 70,60, e 12% para o MEI caminhoneiro (R$ 169,44).

Por meio do pagamento em dia do DAS que o MEI garante benefícios previdenciários como aposentadoria por idade, auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, auxílio-reclusão, pensão por morte e salário-maternidade, explica o Sebrae.

Fonte: G1.

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