Atenção! Mundo cibernético contrata

Estamos no olho do furação! A metáfora busca descrever a sensação que estamos vivenciando diante das profundas transformações tecnológicas que estão ocorrendo no planeta.

No mundo do trabalho, além das mudanças nos processos corporativos e industriais, há – acompanhando a tendência – uma revolução das competências, que reorganizará a força de trabalho.

Ninguém tem certeza de como ficará o mercado de trabalho, mas já sabemos que o desafio-central será encontrar formas para manter os empregos, treinar e capacitar gente.

Há um descompasso significativo entre o estágio da tecnologia e o da preparação da mão de obra, precisamos acompanhar esse bonde! 

Profissões e o prazo de validade

Não é de hoje que as profissões surgem e desaparecem conforme as necessidades humanas e o avanço da tecnologia, quando necessário. Pode parecer incrível, mas com a Revolução Industrial surgiu o “despertador humano”. Isso mesmo, tratava-se de um profissional que ia de casa em casa com um apito ou batendo nas portas para acordar o trabalhador que contratava o serviço, pois o relógio-despertador popularizou-se décadas depois.

Outro exemplo é o “cortador de gelo”, importante profissional que cortava blocos enormes de gelo, garantindo a conservação dos alimentos numa época em que não existia refrigeração.

Ainda lembro que – há muito tempo – cheguei a fazer o curso de Datilografia. Sim, a gente sentava em frente das máquinas de datilografia e passava meses aprendendo “teclar”.

Enfim, são profissões que tiveram seu prazo de validade estendido num tempo preguiçoso.

Hoje, com o ritmo do mundo tecnológico, a transformação do mercado de trabalho está sendo muito mais rápida, profunda e afetará mais de 90% das profissões.

Novos empregos para novos profissionais

Para dar conta desse mundo robótico, cheio de inteligência artificial, big data e centenas de sistemas que estão surgindo, uma nova gama de competências precisará ser desenvolvida. É uma ruptura com o modo que aprendemos e como sempre fizemos!

O novo profissional – para manter sua empregabilidade – precisa desenvolver habilidades comportamentais, pois não são mais os braços e nem apenas o seu conhecimento técnico que serão requisitados, mas sua flexibilidade em aprender, facilidade em negociar, comunicação, criatividade, capacidade analítica, sua inteligência emocional, entre outras, que permitirão sua continuidade no mercado. Enfim, será que estamos preparados para essa revolução das competências?

O que virá pela frente?

Estudo da ManpowerGroup de 2016, intitulado “Revolução das Competências”, ouviu 18 mil empregadores, em 43 países, e chegou a dados interessantes: 90% deles esperam que suas empresas sejam impactadas pela digitização. Além disso, a pesquisa também mostra que 45% das atividades executadas atualmente serão automatizadas.

Mas, como tecnologia é um negócio caro, num futuro próximo não deve ocorrer demissão. Então 83% das empresas irão investir em capacitação e somente 12% pensam em demitir pessoal.

Agora pasme: conforme o estudo, 65% dos empregos que a geração Z (nascidos entre 1994-2010) terão ainda não existem. 

Empregos em destaque

De acordo com o estudo, gente que trabalha nas áreas de TI, Recursos Humanos e na Linha de Frente/Foco no Cliente serão os profissionais mais requisitados, representando – respectivamente – um crescimento de 26%, 20% e 15%.

É fácil compreender o aumento pela procura dessas áreas, já que TI está intimamente ligada a essa digitização; o RH atuará como responsável pela capacitação da mão de obra para essa realidade; e a área referente ao Foco no Cliente, porque toda essa transformação tecnológica vai culminar no lançamento de produtos/serviços para todas as áreas.

Além dessas, vem o pessoal da Comunicação (profissionais de Marketing, Jornalismo, Publicidade e Propaganda), porém precisa se atualizar o tempo todo, acompanhando as tendências tecnológicas e as dinâmicas sociais.

Em relação à área de serviços/saúde o empurrão ocorre em virtude do aumento da expectativa de vida: Cuidadores de Idosos, Medicina Geriátrica, Conselheiros de Aposentadoria, Nutrologia e Fisioterapia são carreiras ascendentes.

Já as áreas de Finanças e Contabilidade, Produto e Gerenciamento, e Administração e Escritório terão um aumento pífio: 1%, 4% e 5%, nessa ordem.

Capacitação nas empresas

Para aproveitar essa onda da qualificação as empresas estão investindo recursos nos seus times internos, sendo que 3/4 delas, de acordo com o estudo, estão apostando em treinamento interno para manter as competências atualizadas. Outras, terceirizam competências especializadas para o seu próprio quadro de colaboradores e por aí vai.

No Amazonas, empresas incentivadas pela Lei da Informática e que, portanto, são obrigadas anualmente a investir 5% do faturamento em P&D, podem se beneficiar usando esses recursos no Programa Prioritário de Recursos Humanos (PPRH), coordenado pela Fundação de Apoio Institucional Muraki, para qualificar a força de trabalho conforme as necessidades industriais e sem tirar dinheiro do bolso!

O PPRH é uma iniciativa do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e ocorre por meio da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) e do Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (CAPDA). O objetivo do Programa é preparar capital intelectual na região que utiliza muita tecnologia. Afinal o que adianta ter tecnologia de ponta se a força de trabalho não está preparada?

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