Bluesky é um projeto para a criação de um ecossistema de redes sociais descentralizadas idealizado por Jack Dorsey, um dos fundadores e ex-CEO do Twitter. Após a oficialização da compra da plataforma pelo empresário Elon Musk, em 27 outubro, cresceu a busca por redes sociais alternativas, como o aplicativo Mastodon. A Bluesky, porém, vai além de uma simples rede social e propõe a evolução de plataformas para protocolos abertos. A ideia é permitir aos usuários portabilidade entre plataformas e maior controle sobre o consumo de conteúdos, além de proporcionar compartilhamento transparente de informações.
Segundo dados do Google Trends, à medida que Musk começou a fazer mudanças no Twitter, como demitir funcionários em massa e permitir a compra do selo azul de verificação com a assinatura do Twitter Blue, o interesse sobre a nova rede social Bluesky só fez aumentar. No entanto, o projeto de mídia social descentralizada deve desafiar não somente o Twitter, como também plataformas como Facebook e Instagram. Confira, nas linhas a seguir, como funciona a Bluesky, seus recursos e se vale a pena se inscrever para o estágio de testes beta.
O que é Bluesky?
Bluesky é um projeto para a criação de um ecossistema de mídias sociais aberto e descentralizado, ou seja, que não é propriedade de uma única organização. A proposta é encabeçada por Jack Dorsey, fundador e ex-CEO do Twitter, desde 2019, quando ele revelou em um tuíte a intenção de financiar uma pequena equipe independente para criar um protocolo aberto para mídias sociais descentralizadas. A ideia era que o Twitter fosse um cliente desse protocolo.
Inicialmente, o projeto foi concebido como uma solução para os problemas do Twitter. Aliás, Dorsey apresentou a iniciativa em uma longa thread que justificava o banimento de Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, da plataforma. Ele disse que a expulsão foi, em parte, uma falha do microblog, que não fez o suficiente para promover uma “conversa saudável” na rede.
Em 2021, Dorsey rompeu definitivamente seu vínculo com o Twitter, mas levou o projeto consigo. Sem muito alarde, ele lançou sua própria empresa, a Bluesky (“céu azul”, em tradução livre). O nome alude às inúmeras possibilidades oferecidas pelo novo protocolo, mas também faz referência à antiga criação de Jack Dorsey, que traz um passarinho azul no logo.
Como a Bluesky deve funcionar?
A Bluesky tem como base o Protocolo AT — ou Protocolo de Transferência Autenticado, em tradução livre. Ele funciona como “uma nova base para redes sociais que dá aos criadores independência de plataformas; aos desenvolvedores, a liberdade de construir; e aos usuários, uma escolha em sua experiência”, explica o site oficial da Bluesky.
O projeto defende que a identidade online de uma pessoa não deve ser propriedade de corporações. Por isso, um dos pilares do protocolo AT é a portabilidade. Com ele, os usuários poderão alternar entre diferentes plataformas sem perder dados, seguidores ou precisar fazer um novo cadastro. Podemos comparar essa dinâmica ao processo de portabilidade para outra operadora telefônica, que permite manter o mesmo número de celular.
O Protocolo AT conta também com um modo de algoritmos abertos, de forma que os usuários terão mais controle sobre os conteúdos que desejam ver e sobre sua experiência nas redes sociais. Tudo isso será feito, garante a Bluesky, sem comprometer a performance das plataformas.
Uma vez totalmente desenvolvido, o Protocolo AT permitiria que diferentes plataformas de mídia social interagissem umas com as outras, apesar de cada uma possuir seus próprios sistemas de curadoria e moderação. Assim, será possível se conectar com qualquer pessoa ou serviço que também esteja usando o Protocolo AT.
Qual a diferença da Bluesky para outras redes sociais?
Uma rede social decentralizada permite que diferentes plataformas operem juntas. A proposta vai de encontro à dinâmica de mercado atual, em que grandes empresas de tecnologia, como Meta (responsável por Facebook, Instagram e WhatsApp) e Alphabet(Google e YouTube) têm o controle das principais redes sociais e ditam as regras para cada uma delas.
Quando falamos de mídia social descentralizada, falamos de código aberto. Em outras palavras, o objetivo é que as plataformas se comuniquem através de uma única rede. Dessa forma, as pessoas poderão interagir e criar conteúdo livremente.
É possível comparar a proposta da Bluesky ao funcionamento do e-mail: você pode enviar uma mensagem para alguém que usa um serviço de e-mail diferente, e o conteúdo chegará mesmo assim.. Do mesmo modo, o novo protocolo permitirá que um usuário do Twitter converse diretamente com uma pessoa no Instagram ou no Facebook, por exemplo.
Além disso, os desenvolvedores poderão criar aplicativos compatíveis com todas as plataformas conectadas na rede. A ideia é que o Twitter e outras redes sociais se tornem clientes do Bluesky e reestruturem suas plataformas sob o novo protocolo.
A Bluesky já tem data de lançamento?
A plataforma ainda está em desenvolvimento e não possui uma data de lançamento, mas os usuários interessados podem se cadastrar para uma das vagas de testes. A inscrição é gratuita e permite usar a rede antes da liberação para o público geral. Os selecionados serão notificados por e-mail.
Para se cadastrar, basta acessar o site oficial (https://bsky.app/), informar seu e-mail e confirmar no botão “entrar na lista de espera”. Segundo o perfil da Bluesky no Twitter, mais de 30 mil pessoas já haviam se inscrito até 20 de outubro.
*Com informações do site Techtudo