(Foto: Pixabay)

Cinco vezes em que a inteligência artificial ‘ressuscitou’ pessoas

inteligência artificial (IA) está sendo empregue em projetos para criar a ilusão de “trazer os mortos de volta à vida”. Técnicas de aprendizado de máquina, por exemplo, já foram usadas para recriar a voz de celebridades como Steve Jobs, fundador da Apple. Graças à tecnologia, o empresário, que faleceu em 2011, pôde “participar” de um podcast em outubro. Um projeto da empresa MyHeritage, por sua vez, usa deepfake para animar fotografias de pessoas já falecidas. Basta enviar uma foto de parentes ou amigos que já partiram para ver a imagem “ganhar vida”.

Em junho, a Amazon anunciou que a Alexa, assistente pessoal da empresa, está sendo treinada para replicar as vozes de membros da família do usuário, mesmo que eles já tenham morrido. O objetivo do projeto, que ainda está em desenvolvimento, é aumentar a confiança nas interações com a Alexa, adicionando atributos humanos como empatia e afeto à assistente. A novidade, entretanto, suscita uma série de discussões éticas. Nas linhas a seguir, o TechTudo lista cinco vezes em que a inteligência artificial foi usada para “trazer pessoas de volta à vida”.

1. Idosa conversa com familiares durante seu próprio funeral

A inteligência artificial foi usada para fazer com que a educadora e ativista pelo holocausto Marina Smith pudesse “conversar” com amigos e familiares durante o próprio funeral, em agosto deste ano. A interação aconteceu em uma espécie de videochamada, em que a idosa parecia ouvir as perguntas dos convidados e, após um curto delay para o processamento da IA, responder às questões. A dinâmica criava a ilusão de uma conversa normal.

A tecnologia utilizada é de propriedade da empresa StoryFile, da qual o filho de Marina, Stephen Smith, é cofundador. Para permitir a “conversa”, o empresário usou 20 câmeras sincronizadas para filmar a mãe enquanto ela, ainda em vida, respondia às perguntas. A IA, então, separou as gravações em trechos. Assim, quando Marina recebia um questionamento, o software selecionava o clipe mais adequado para usar como resposta.

2. Cantor coreano “volta à vida”

Em 2021, um programa de TV sul-coreano trouxe “de volta à vida” o cantor Kim Kwang-seok, falecido há mais de 25 anos. Para isso, foi utilizada uma tecnologia de aprendizado de máquina chamada Singing Voice Synthesis (“Síntese de Voz de Canto”, em tradução direta), da empresa sul-coreana Supertone.

Primeiro, a inteligência artificial foi treinada com 700 canções de diferentes artistas, para aprender técnicas de entonação e ritmo. Depois, o software foi alimentado com 20 canções de Kim Kwang-seok, para que pudesse replicar a voz do cantor. Durante a apresentação, o artista cantou uma música chamada “I miss you”, lançada por outro cantor sul-coreano seis anos após a morte de Kwang-seok. A fidelidade à voz e ao timbre do cantor na produção artificial agradou fãs e familiares.

3. Steve Jobs participa de podcast

A voz de Steve Jobs, fundador da Apple que faleceu em 2011, foi recriada com inteligência artificial e inserida em uma entrevista com o comediante Joe Rogan, durante um podcast em outubro. A participação é resultado do trabalho da empresa Play.ht, que usa inteligência artificial e aprendizado de máquina para “clonar” as vozes das pessoas.

Para que a entrevista pudesse ocorrer, a inteligência artificial teve que ser treinada com várias linhas de fala de ambas as personalidades. Tanto Rogan quanto Jobs tiveram a voz clonada digitalmente e utilizada em diálogos também criados pela tecnologia. Apesar de as falas dos participantes soarem robotizadas em determinados momentos, a IA conseguiu manter uma conversa coerente durante todo o podcast.

4. Projeto “Como se nada tivesse acontecido”

O fotógrafo turco Alper Yesiltas utilizou inteligência artificial para imaginar como estariam atualmente algumas celebridades icônicas que morreram jovens. Por meio de softwares de aperfeiçoamento de imagens e programas de edição e tratamento, o artista “envelheceu” famosos como Freddie Mercury, Heath Ledger e Kurt Cobain. Nos resultados, Yesiltas mostra também como seria Michael Jackson se tivesse envelhecido sem ter feito procedimentos estéticos.

5. Deep Nostalgia

Deep Nostalgia é um software online de inteligência artificial que anima fotos de pessoas falecidas. Desenvolvido pela empresa de genealogia MyHeritage, o recurso funciona a partir de drivers, que são vídeos que consistem em uma sequência fixa de movimentos e gestos. A IA recorre a esse banco de dados para aplicar os movimentos às fotografias, de forma semelhante à tecnologia deepfake. Assim, são geradas animações de pessoas olhando em volta ou sorrindo, por exemplo.

*Com informações do site Techtudo

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