O mundo está correndo contra o plástico. Empresas ao redor do mundo buscam inovações e novas tecnologias para embalar seus produtos de uma forma diferente, enquanto derivados do produto se tornam cada vez mais escassos e caros. E é de olho nesse forte movimento sustentável que surge a startup Água na Caixa, uma empresa que quer revolucionar a forma de consumir água. Ao invés de garrafinha pet, uma caixa de papel.
Colocada no mercado brasileiro no final de janeiro, a startup fundada pelos empreendedores Fabiana Tchalian e Rodrigo Gedankien surgiu a partir de uma ideia que os sócios viram no exterior. “A gente conheceu essa ideia e logo percebemos que era uma ideia simples, sustentável”, conta Rodrigo. “Fazia todo sentido para o Brasil. Desde o reconhecimento da ideia, foram mais ou menos três anos. E para o projeto, dois anos”.
A embalagem, assim, lembra uma caixinha de leite. Fabricada pela TetraPak, a embalagem é 82% renovável, feita quase só de plantas — 54% de papel e 28% de plástico de cana-de-açúcar. Além disso, é 100% reciclável. O objetivo é abocanhar um mercado global de embalagens reutilizáveis de cerca de US$ 10 bilhões, segundo a Fundação Ellen MacArthur. E há espaço para isso, já que a Água na Caixa é a primeira do tipo no Brasil.
Afinal, a outra marca de “água em caixinha” disponível no Brasil hoje é a Just Water, marca criada por Jaden Smith, filho do ator Will Smith. Mas é importada, sem produção nacional, vendida por uma média de R$ 9. Já a Minalba e a Ambev apostaram em uma solução diferente, de água em lata, mas com distribuição limitada. “As marcas estão buscando posicionamento. Estamos contentes em criar essa nova categoria no mercado”, diz Rodrigo.
Detalhes da Água na Caixa
A startup começou a fazer os primeiros envases das caixinhas no final de janeiro e fez o lançamento na Casa Santa Luzia — empório de São Paulo que conta com Guilherme Sobral, neto do fundador da Casa Santa Luzia, como um sócio em comum nas duas empresas. “Fazemos o envase no circuito das Águas Paulistas, em Pinhalzinho, uma região com muitas fontes de água e é uma capacidade de 50 milhões de unidades ao ano”, conta ele.
Por enquanto, a Água na Caixa está sendo vendida de maneira limitada em uma versão de 550 ml, apenas na Casa Santa Luzia, por R$ 4,60 — uma garrafinha pet de água sai numa média de R$ 2. A startup brasileira aposta no reúso da caixinha. “Não queremos incentivar as pessoas ao uso desenfreado”, diz o executivo. “Para dentro de casa, incentivamos o uso de filtro de barro. A caixinha é para uso externo com possibilidade de usar várias vezes”.
Para o futuro, a startup tem planos ambiciosos. A ideia é atingir 1 mil pontos de venda em São Paulo e no Rio de Janeiro até o fim de 2021, com parceria com mercados, restaurantes e hotéis. “Queremos mostrar que beber água deveria ser simples e sustentável”, afirma Rodrigo. E se algum grande concorrente entrar nesse mercado? “Vemos isso como algo positivo. É uma indicação que o mercado cresceu e é tudo que queremos”
Fonte: Yahoo Finanças