Como o investimento em inovação melhorou os números da Serasa Experian

José Luiz Rossi, CEO da Serasa Experian desde 2014, é um apaixonado por tecnologia. Aos 60 anos de idade, Rossi tem orgulho em dizer que é mais atento às mudanças do que “muito jovem por aí”. O executivo foi o responsável pela revolução digital implementada na companhia nos últimos cinco anos. Agora, começa a colher os resultados positivos da mudança. Mas afirma que isso é só o começo.

Em entrevista a Época NEGÓCIOS durante o IT Forum, que aconteceu no final de abril na Bahia, Rossi conta que, quando chegou na companhia, boa parte dos processos ainda era analógico demais. “Eu percebi que teria que fazer muitas mudanças por conta da revolução digital. A empresa tinha que se transformar”, diz. Mas como fazer a transição em uma companhia fundada na década de 1960? Aos poucos, foi a sua resposta. “Transformamos uma unidade de cada vez”, diz o executivo.

Em 2016, o Serasa Consumidor, braço da empresa dedicado a atender o consumidor final, passou por uma reformulação, transformando-se em uma espécie de startup dentro da empresa. A proposta era facilitar o crédito para os brasileiros, oferecendo ferramentas de comparação de taxas de juros, prevenção a fraudes e educação financeira. Na nova iniciativa, autonomia e agilidade eram palavras de ordem. “Tínhamos uma startup dentro da Serasa”, afirma Rossi. O resultado do experimento foi expressivo: o número de visitas por mês saltou de seis milhões para 30 milhões. Além disso, as novas funcionalidades atraíram os microempreendedores individuais – o número de cadastros foi de zero para mais de 360 mil. “Quando os resultados surgiram, todo mundo percebeu que valia a pena investir em inovação e tecnologia.”

Daí para a frente, Rossi encontrou o respaldo que precisava para trazer ainda mais tecnologia para a empresa, investindo em big datainteligência artificial machine learning. “Nós precisamos ser mais precisos. O uso desses recursos tecnológicos faz com que sejamos capazes de analisar grandes volumes de dados, o que não seria possível comsíveis com analistas normais. Isso traz melhorias significativas para o negócio.” Ele cita um exemplo prático: o uso de IA para análise do score (pontuação) de crédito dos clientes.

Com a tecnologia, a empresa melhorou a a previsibilidade dos modelos ideais para cada cliente, além de ser capaz de atualizar as informações de maneira constante. “Sem inteligência artificial, não teríamos a mesma velocidade e complexidade no processo.” Para dar força a esse movimento interno, Rossi também tirou do papel o DataLab, laboratório de inovação da companhia que tem como missão desenvolver soluções para permitir expansão dos serviços financeiros e de informação.

Para Rossi, a aplicação da tecnologia no RH é um tema de extrema relevância. Sob sua gestão, a empresa criou o cargo de Chief Data Officer, além de dobrar a estrutura de cientistas de dados, chegando a 200 profissionais em 2018.

Mesmo com tantas ações, o CEO diz que ainda encontra certa resistência de parte da sua equipe. “Um terço adota as novas práticas na hora, um terço se interessa em aprender e um terço cruza os braços. Me impressiona como alguns funcionários se tornam obsoletos tão rapidamente”, diz. Por isso, defende novos modelos de contratação. “Um analista de crédito tem que entender de tecnologia, e o setor de TI precisa entender sobre crédito. Se a pessoa não perceber isso, terá problemas para sobreviver na nossa empresa”, diz.

Fonte: Época

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