Cada bilhete para concorrer ao carneiro custa R$10 e pode ser pago através do PIX.
O engenheiro civil passou para o mestrado na Universidade Federal do Ceará, mas com o notebook queimado, não consegue acompanhar as aulas.
A pandemia tem escancarado as desigualdades sociais no Brasil, evidenciando as discrepâncias inclusive no ambiente educacional.
Com a necessidade do distanciamento social, medida de segurança imprescindível para frear a disseminação do novo coronavírus, as aulas mudaram para a modalidade virtual, fazendo com que os jovens das periferias não consigam ter o mesmo desempenho que os das classes alta e média.
Um dos principais motivos para isso é a questão da dificuldade que as famílias encontram para comprar o equipamento necessário para assistir às aulas.
Um computador ou smartphone e rede de wi-fi são os pré-requisitos mínimos na educação a distância (EaD). O engenheiro civil Ricardo Maurício recentemente foi aprovado no mestrado da Universidade Federal do Ceará, mas não consegue acompanhar as disciplinas.
O jovem, que mora em Tabuleiro do Norte, no interior do Ceará, precisa de um novo notebook, já que o seu queimou após anos de uso, impossibilitando-o de assistir às aulas e desenvolver sua pesquisa. A solução que Ricardo encontrou foi sortear um carneiro para que o dinheiro arrecadado pagasse um novo computador.
Na publicação que fez em seu Instagram, o engenheiro explicou que não tem dinheiro para comprar um aparelho novo e que não recebe nenhuma bolsa do mestrado. Ele conta que é filho de uma família humilde e que é mais um pobre que tenta crescer através do estudo.
O primeiro computador que ganhou foi em 2012, do Governo do Ceará, que distribuía notebooks para os estudantes com 80% de acerto nas disciplinas de português e matemática, na prova do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (SPAECE).

Direitos autorais: reprodução Instagram/@_ricardomauricio.
Ricardo fez sua graduação na Universidade Federal Rural do Semi-Árido, em Mossoró, no Rio Grande do Norte, e precisava morar na própria instituição, dividindo uma residência estudantil com outros 12 acadêmicos. O jovem precisou se manter apenas com uma bolsa de pesquisa que recebia, mas conseguiu se graduar e, desde então, tem procurado emprego na área, sem sucesso.
O mestrado na UFC sempre foi um sonho, que ele conseguiu alcançar, mas a falta de bolsas para auxiliar os estudantes tem feito com que perceba como a educação está cada vez mais elitizada.
De acordo com o jovem, as pessoas pobres têm perdido cada vez mais o seu espaço, e sem receber incentivo financeiro, quem não possui renda não conseguirá desenvolver sua pesquisa.

Direitos autorais: reprodução Instagram/@_ricardomauricio.
Ricardo explica que cada bilhete para o sorteio do animal custa R$ 10, com isso espera garantir a compra do novo equipamento. Ele pede que as pessoas ajudem a não desistir do seu sonho, agradecendo a todos e dizendo que segue firme na luta.
Quem quiser ajudar o rapaz, basta entrar em contato através de suas redes sociais.
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Fonte: O Segredo