Empreendedora vende 15 toneladas de chocolate por mês pelo Whatsapp

Captar e manter um relacionamento saudável com clientes é uma das maiores dificuldades que os comerciantes enfrentam atualmente. Mas o que muita gente não percebeu ainda é que a internet pode facilitar esse desafio. Alyne Mundt Bill, dona da Feito Chocolate, é um grande exemplo disso. Sua empresa, localizada em Curitiba (PR), hoje vende cerca de 15 toneladas de chocolate por mês via WhatsApp.

Segundo a empreendedora, que também possui uma loja física, ela atende mensalmente 500 clientes, número que pode mudar com a aproximação da Páscoa – quando a venda de doces desponta. Cerca de 90% de suas vendas são realizadas por meio do aplicativo de troca de mensagens.

No WhatsApp é realizado o atendimento inicial, que engloba desde soluções de dúvidas até acertos quanto à quantidade e o valor dos produtos. O pagamento pode ser realizado por meio de uma plataforma virtual ou no momento da entrega, realizada por uma equipe de três profissionais.

WhatsApp e modelo de negócios
O método em que a empresa está estruturada sustenta o uso das redes sociais para a realização de seus negócios.

À primeira vista, a Feito Chocolate não oferece nenhum grande diferencial, seguindo um modelo que consiste na revenda de produtos da marca belga Callebaut. Mas quando observado profundamente, dois pontos essenciais do empreendimento se destacam: a agilidade e ausência de burocracia.

Esses dois fatores se explicam pelo público atendido. Alyne Mundt abastece um setor em ascensão – principalmente em tempos de recuperação econômica; o dos microempreendedores.

De acordo com empreendedora, para realizar a venda de seus produtos a Callebout exige um prazo de entrega extenso, a compra de uma quantidade mínima de produtos e a apresentação do CNPJ do comprador. Entretanto, a maioria dos clientes da Feito Chocolate realiza um trabalho informal e não são pessoas jurídicas.

Grande parte de seus clientes também costuma conciliar o empreendedorismo com um emprego formal. Nesse aspecto, a negociação pelo WhatsApp também pode se mostrar mais atrativa, visto que não requer a interrupção das atividades cotidianas dos indivíduos para realizar as compras.

A Feito Chocolate também conta com uma loja física em Curitiba (PR). (Foto: Divulgação)

Faturando alto
O investimento inicial de Alyne na Feito Chocolate foi relativamente baixo. Na transação, realizada em 2011, a empreendedora investiu R$ 15 mil no empreendimento, que até então atuava na confecção de doces para eventos.

Esse modelo foi mantido até 2012, quando Alyne teve outra ideia. Depois de uma pesquisa, realizada majoritariamente com membros do mercado de confeitaria curitibano nas redes sociais, a empreendedora percebeu que a procura pelos chocolates Callebout era grande.

Havia apenas uma loja que fornecia os produtos da marca em Curitiba, mas grande parte das compras eram realizadas por São Paulo – o que acarretava em um prazo extenso para a entrega dos chocolates. Para Alyne, esse cenário se traduziu como uma oportunidade de negócios.

Foi então que ela adotou o modelo de revenda dos produtos, que rapidamente se mostrou rentável. Mas o real salto nas vendas só viria em 2014, com a adoção do atendimento via WhatsApp – rapidamente disseminado pelos clientes da empresa.

Em 2018, a Feito Chocolate contou com um faturamento de R$ 4,2 milhões. Para 2019 é esperado que esse número cresça mais 20%. Alyne também pretende expandir a atuação da empresa no interior do Paraná, abrindo mais duas lojas na região.

Dicas de Alyne para quem quer trabalhar pelo WhatsApp

Separe o seu WhatsApp empresarial do particular:Esse ponto vai além de questões como a foto de perfil e o nome disponibilizado no aplicativo – que devem ser condizentes com a sua marca.

O empreendedor provavelmente não ficará disponível para seu cliente 24 horas por dia e sete dias por semana. Por conta disso, é preciso separar seu trabalho da sua vida pessoal. Essa separação permite, por exemplo, que você não tenha clientes te ligando durante uma viagem em família.

Conheça seus clientes: Cada cliente é diferente, e ele pode preferir desde uma linguagem mais aberta durante seu atendimento até uma postura mais empresarial.

Ter conhecimento dessa preferência permite que o vendedor promova um contato mais personalizado e, consequentemente, uma maior aproximação entre o consumidor e a marca. Esse fator é reforçado caso o público alvo seja o grande público ou pequenos empresários.

Lide com o medo: Em transações tão interpessoais, é fácil ter medo de as coisas darem errado. Esse sentimento precisa ser controlado pelo empreendedor, de forma que ele não atrapalhe nos negócios.

Fonte: PEGN

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