(Foto: Divulgação)

Empreendedores fundam startup para implantar projetos agroflorestais

Os engenheiros florestais Paula Costa, 35 anos, e Valter Ziantoni, 41, se conheceram enquanto trabalhavam na Fazenda da Toca, iniciativa da família de Abílio Diniz que aplica sistema agroflorestal em larga escala. “Observamos que existia uma demanda gigantesca de outros parceiros, ONGs e proprietários de terra pelo conhecimento técnico para implementar esses sistemas, já que muitas pessoas ligavam na Fazenda da Toca para saber sobre o assunto”, diz Costa. “Percebemos que isso não dava para ser feito em apenas uma iniciativa.”

Vendo a oportunidade, em 2018, eles criaram a Pretaterra, empresa de consultoria de projetos agroflorestais — que são ecologicamente corretos. Desde que começou a operar, a startup que nasceu em Timburi, no interior de São Paulo, já realizou mais de 160 projetos em 14 países.

A primeira ideia dos empreendedores foi criar um curso para desenvolver sistemas agroflorestais em larga escala em outubro de 2017. No entanto, eles perceberam que era necessário ir além e oferecer uma consultoria mais personalizada — os primeiros clientes da Pretaterra foram justamente os alunos do curso.

Além de oferecer o planejamento, a startup auxilia na implementação dele, capacitando toda a equipe da propriedade em que o sistema está sendo construído para garantir a continuidade do projeto. “Cada agrofloresta que projetamos é totalmente diferente uma da outra. Elas podem ter um custo de implantação de R$ 7 mil ou até de R$ 100 mil”, diz Ziantoni.

A empresa também oferece indicadores financeiros para avaliar se o espaço será um bom negócio — definindo, por exemplo, quanto custará manter a plantação e qual é a expectativa de receita para o futuro.

A startup atende todos os tipos de cliente, como proprietários de terras (pequenos, médios e grandes), ONGs e off-takers — ou seja, empresas que compram muitos produtos do agro e não são produtoras. Estes últimos estão tendo ganhado um destaque nos últimos anos. Isso porque, explica Costa, está ocorrendo uma tendência de tornar toda a cadeia de produção mais sustentável. Entre os clientes da startup que se encaixam neste serviço estão Natura e Nestlé. A Pretaterra também atende fundos de impacto, que pagam para criar projetos sustentáveis em pequenos produtores em que têm planos de investir.

Desde que começou a operar, a empresa tem dobrado de tamanho todos os anos e conta atualmente com uma equipe de 14 pessoas.

No final de julho, os empreendedores retomaram a ideia do curso e lançaram o Pretaterra Academy para ensinar como criar sistemas agroflorestais. O conteúdo gravado fica disponível em uma plataforma virtual. “Nossa demanda era muito grande e não estávamos dando conta de ir a todos os lugares para capacitar as pessoas que estavam interessadas em ter uma formação profunda no tema”, afirma Costa. As aulas são divididas em quatro cursos, cada um focando em uma parte do sistema agroflorestal.

“Queremos tornar o Pretaterra Academy um centro de excelência para expandir o número de profissionais capazes de levar a agrofloresta para todas as partes. A capacidade de transformar toda a agricultura do mundo em agrofloresta é o que nos move”, diz Ziantoni.

*Com informações do site PEGN

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