Com a taxa de desemprego na casa dos 9,8% no trimestre até maio (o dado mais recente do IBGE até aqui) e mais de 10 milhões de pessoas sem um emprego formal neste momento, é bem possível que quem está empregado faz de tudo para seguir assim.
E é preciso tomar cuidado para que uma eventual mentira contada no trabalho, usada como desculpa para poder resolver outro assunto no mesmo horário, não se torne uma demissão por justa causa. Nessas situações, o trabalhador fica sem direito à multa e ao saque do FGTS, além de perder os meses de seguro-desemprego e outras verbas trabalhistas.
As mentiras, se comprovadas pelos empregadores, podem gerar punições ao empregado e os temas que mais pesam nessas demissões são alegações de doenças com atestado médico falso, mentir para conseguir promoções ou algum tipo de benefício, parentes que “morreram”, mas estão vivos, entre outros.
Com um mundo completamente conectado, é necessário cuidado para não deixar alguma ponta solta na história. E o seu maior vilão é a mídia social, pois lá o terreno é aberto para quem quiser vasculhar e ver uma foto sua, em uma festa, exatamente naquele dia em que você disse que estava doente, pode pegar muito mal com a chefia.
Empresas reúnem provas antes da demissão por justa causa
Quando as empresas demitem por justa causa, elas costumam reunir o máximo de provas para se proteger de uma possível reclamação judicial. Nesses casos, eles podem alegar que houve quebra de confiança do funcionário, desonestidade, fraude, entre outros motivos que funcionam sempre com esse desvio de conduta em mente.
Apesar disso, você precisa saber que nem toda falta pode ser considerada grave a ponto de gerar uma demissão por justa causa. O empregador precisa saber pesar qual foi a quebra de confiança que levou àquela demissão, ou o juiz pode sentenciar contra a empresa quando o caso for parar em um tribunal trabalhista.
Lembre-se sempre de procurar um advogado capaz de orientá-lo sobre algum tipo de conduta desleal da empresa, ou você mesmo saber quais são seus direitos no processo de demissão, seja ele justa causa ou não.
Cada caso é um caso e a justiça brasileira, apesar de operar com base em precedentes, tende a analisar as situações isoladamente.
Fonte: IstoÉ Dinheiro