Um levantamento com amostra de mil colaboradores inscritos em sua plataforma a fim de avaliar questões de saúde física, mental, financeira e organizacional, foi realizado pela healthtech HSPW (Healthy & Safe Place to Work), efetuado por meio de questionários online com metodologias científicas comprovadas, inteligência artificial, algoritmos e big data, apontou que 53% dos colaboradores apresentam problemas financeiros; 33% têm obesidade; 7% têm depressão; 7% abusam do álcool e 1,4% têm ideação suicida.
Os números são alarmantes, o índice de obesos no Brasil que já vinha crescendo, aumentou ainda mais nos últimos dois anos e a pandemia do Covid-19 foi um dos fatores principais para esse crescimento. Nos últimos anos, no Brasil, houve um aumento de quase 72% no índice de obesos ou indivíduos com sobrepeso. Para se ter uma ideia, o número saltou de 11,8 % em 2006 para 20,3% em 2019, segundo dados da Associação Brasileira Para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO).
Segundo Alex Araujo, CEO da 4 LIfe Prime saúde ocupacional, uma das maiores empresas do segmento, “quando não há ergonomia adequada o obeso fica “desconfortável” no posto de trabalho e tende a apresentar redução na produtividade. O local de atuação de uma pessoa com sobrepeso deve ser projetado para ser funcional, e o trabalho dela deve ser adequado para que não sejam exigidas ações que não conseguirá executar pelo seu tamanho”, explica.
De acordo com um ranking realizado por uma universidade americana, as áreas administrativas das empresas concentram a maior quantidade de funcionários obesos. É importante as empresas desenvolverem programas para incentivar os funcionários a cuidar da saúde. Para Alex é de extrema necessidade que as empresas realizem diversas ações para os colaboradores que vão desde a nutrição e dieta nas alimentações até a atividade física regular na empresa, conhecida como ginástica laboral.
A adaptação de mobiliários para colaboradores obesos só acontece onde há grande circulação de pessoas, por exemplo, transporte públicos, bancos etc. Para clientes de bancos, há cadeiras adaptadas. Entre funcionários, porém, a quantidade de obesos é menor e, por isso, os postos de trabalho não são acessíveis. Ainda sobre as cadeiras de escritórios para os obesos, devem apresentar reforço em toda a estrutura, principalmente na base. As dimensões também devem ser diferenciadas para atender as pessoas que estão acima do peso. São pessoas que costumam ter dores agudas no corpo e por isso é muito importante um apoio extra na hora de sentar.
“A grande maioria das empresas não possuem estruturas para obesos, existem adaptações e muitas delas precárias, sem estruturas, ou mesmo com gambiarras para atender a necessidade destes colaboradores. É inaceitável a postura de alguns empreendedores. Existem normas regulamentadoras e as mesmas precisam de uma vistoria mais exigente e eficaz”, aponta Alex.
Alguns pontos importantes para ergonomia para empresas com colaboradores obesos:
- Verificar a altura da cadeira de trabalho bem como seu reforço de estrutura para melhor desempenho das atividades,
- Estruturar a altura da a mesa onde o colaborador obeso irá realizar suas atividades, com mais espaço e suporte para gavetas,
- A coluna deve encostar confortavelmente na cadeira, em ângulo de 90 graus;
- O colaborador deve sempre apoiar os pés no chão ou em um suporte especial para os pés,
- Manter a cabeça alinhada com o centro do monitor evitando lesões na região do pescoço,
- Os punhos devem estar em extensão para digitação, portanto deve haver alinhamento entre a mesa e a cadeira.