O Consórcio Interestadual da Amazônia Legal vai apresentar na COP 30, em Belém, o plano Estratégia Amazônia 2050, documento que reúne dados integrados e ações públicas já em andamento nos nove estados da Amazônia Legal. A proposta foi discutida durante oficina realizada na Casa Balaio, na Semana do Clima da Amazônia, em Belém (PA).
A estratégia consolida informações sociais, econômicas e ambientais para estruturar um planejamento de longo prazo para a região. Participam Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
O secretário-executivo do consórcio, Marcelo Brito, afirma que o plano é construído pelas secretarias de planejamento estaduais.
“Estamos organizando o que já existe e traçando uma rota comum para o futuro, baseada em dados e na realidade da região”, disse. Segundo ele, o desafio é também incluir infraestrutura no debate climático.
“Falamos muito de meio ambiente, mas pouco de portos, estradas e ferrovias, que são fundamentais.”
A diretora-executiva do Consórcio, Vanessa Duarte, explicou que a ideia surgiu durante a colaboração com o governo federal para a iniciativa Brasil 2050.
“Percebemos que os estados já produzem muita coisa, mas essas ações não aparecem nos documentos nacionais. O objetivo da Estratégia Amazônia 2050 é justamente tornar isso visível”, afirmou.
Um dado citado por ela mostra que o valor agregado da agropecuária ao PIB da Amazônia Legal cresceu, em média, 402% nos últimos anos.
“Essa informação não está documentada em lugar nenhum. O plano vai organizar o que está sendo feito e apontar o que precisa ser feito.”
A pesquisadora Clarisse Guerreiro, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), que apoia a iniciativa, destacou que o plano não cria novos compromissos, mas organiza o que já existe. “A estratégia é para o Estado, não para um governo. É pensar 2050 com base no que já está em prática hoje.”
A oficina reuniu técnicos estaduais que participaram de dinâmicas de sistematização e alinhamento. O documento final será entregue na COP30, em novembro, como contribuição conjunta da Amazônia Legal à agenda climática internacional.
Fonte: Real Time 1.
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