BREVE PANORAMA DOS IMPACTOS DA COVID 19 NAS NECESSIDADES
IMPACTOS NA NECESSIDADE! Nesse cenário as notícias se tornam o mais importante e a atenção a qualquer outra distração como entretenimento e consumo se tornam secundários. Nosso senso de segurança está em alerta de forma objetiva, ocorre um forte impacto na necessidade onde segurança e dinheiro são prioridades nas duas primeiras ondas.
Pensamos em nosso bolso e nas formas de socorro e proteção e quando a sensação de risco ficou eminente, começamos a lembrar das crises mais recentes. Nas minhas pesquisas as buscas nas redes sociais por confisco da poupança cresceram 250% no período de 14 a 25 de março. Este movimento nos deixou mais receosos e cautelosos com dinheiro daqui pra frente.
Reboot na pós-pandemia: busca por auxílio
A insegurança gerou novas formas de pedidos de socorro e proteção para a crise financeira, inciando o processo de reboot financeiro, pois com o risco ficando óbvio, começamos a pedir ajuda, começamos a checar quais seriam nossos auxílios financeiros.
Só na primeira onda, as buscas pelo saque do FGTS expandiram 71% mas estão longe de cair e o seguro desemprego aumentou. O rápido impacto financeiro e a sensação de insegurança nos fez começar a pedir ajuda sem saber ao certo a quem recorrer. Muitas medidas econômicas começam ser anunciadas pelo Governo Federal e Estaduais, totalizando um pacote de ajuda no valor de R$750 Bi.
No final da primeira onda, o crescimento de pedidos de auxílio financeiro já tinham saltado + 157% comparado a primeira semana de Março. Os números ficaram nesse patamar:
- 1. Ajuda coronavírus – 8768%;
- 2. Ajuda governo – 3626%;
- 3. Ajuda MEI – 2933%;
- 4. Empréstimo urgente agiota – 1083%;
- 5. 200 reais – 773%;
- 6. Empréstimo autônomo caixa – 746%;
- 7. Bolsa corona – 704%;
- 8. Empréstimo MEI caixa – 704%;
- 9. Bolsa coronavírus – 639%;
- 10. Empréstimo governo – 596%;
- 11. Crédito micro empresa – 592%;
- 12. Empréstimo micro empresa – 518%;
- 13. Empréstimo MEI governo – 378%;
- 14. Empréstimo MEI Bradesco 337%;
- 15. Corona MEI 328%.
Fonte: Dados internos Google, 2020.
Neste momento, as instituições públicas começam a ser demandadas com mais força. Os empréstimos das instituições privadas tiveram redução nas buscas durante a primeira onda. Só mostraram alguma recuperação pós campanha conjunta de 3 bancos privados.
- Bancos Públicos +12,8%;
- Bancos Privados -18,8%;
- Empresas de Crédito -34,5%;
- Genérico (sem marca ou entidade) +181%;
- Governo +20.547%;
- Agiotas -44,4%.
NECESSIDADES EMOCIONAIS: Necessidades Emocionais, Necessidades Aspiracionais, Necessidades como ser Social.
Principais Impactos desta onda que podem trazer reboot e mudanças comportamentais no pós crise:
1. Aceleração da digitalização para ocupações fundamentais como trabalho e educação, além de hábitos como o culto religioso;
2. Aceleração da confiança no digital como canal de conversões: aumento das compras on-line e uso de serviços de delliverys;
3. Consolidação de plataformas digitais de conteúdo/streamings em penetração e frequência. Ganho de novos usos destas plataformas como “ao vivo”, shows, conexão com o mundo exterior em tempo real e notícias;
4. Empobrecimento da população com pelo menos 50% gravemente impactado. Escassez e uso mais racional de recursos deve equilibrar a euforia por consumo por conta da demanda reprimida;
5. Possível ganho de peso populacional e aumento de problemas de saúde e emocionais em consequência. Aumento de problemas de auto-estima. Possível mudança em referenciais de beleza. Provável aumento na demanda por academias;
6. Possível abalo nas relações familiares com aumento do número de divórcios, a exemplo da China;
7. Criação de maior consciência do coletivo com alta taxa de compartilhamento de renda já acontecendo; 8. Urgência na retomada de grandes decisões e planos, assim como compra de bens duráveis.
Reboot: O que muda? O que devemos levar como aprendizado?
A parada na movimentação gerou um reboot com novas formas de entretenimento e alimentação, serviços saúde com atendimento diferenciado e médico em sua casa, medicina natural, farmácias e supermercados foram os setores do varejo menos impactados pelo isolamento. Serviços secundários como Correios, Bancos e Telefonia também tiveram impacto menor que o varejo em geral.
O impacto do isolamento social na economia começa a ser refletido no varejo a partir da primeira semana de março e vem se acentuando semana após semana, por isso, a necessidade de reboot. A categoria de serviços compreende os setores mais afetados pela crise, tendo uma redução de 50% quando comparado com o mês anterior, seguido da categoria de bens duráveis. Com a necessidade de abastecer a casa para essa nova realidade, vemos o setor de bens não duráveis apresentar elevado crescimento, batendo mais 33% na terceira semana de Março.
Fonte: Cielo – Índice Cielo do Varejo Ampliado- Impacto na Necessidade Emocional X Ansiedade e Psicológico Funcional.
As buscas que mostram intenção de compra no Google (independente da categoria) crescem 18% na segunda onda, após um tombo de 27% na primeira onda. As consequências mentais e as novas válvulas de escape mostram a intenção de consumir retomam crescimento a partir do dia 22 de abril e se estabilizam a partir do dia 29.
A estabilização fica em 72% das buscas no início do mês, + 86% Downloads de Apps de Streaming Conteúdo ganha relevância mostrando uma mudança de hábitos em relações e formas de ocupação: + 60% buscas pelo ao Vivo no YouTube, + 34% Watchtime do Youtube no BR +266% buscas por Missa no YouTube, com 20% participando de missas online, 20% Reunindo com amigos e parentes virtualmente, em 18 de junho 75% tem o trabalho dentro de casa como a principal atividade na quarentena 18% finalizando um curso online novo, ou seja, tudo se torna virtual.
Fonte: Google Trends, 2020.
As buscas por “velocidade da internet” superam as buscas por informações de trânsito em 21 de março. A pesquisa mostrou o principal device utilizado entre os brasileiros internautas, e o celular aparece como o mais utilizado para se conectar, mesmo em casa com 13%. Mas a principal fonte de internet é banda larga. 21% Plano de celular; 49% Banda larga.
No final de março de 2020 o patamar essa esse: 17% Banda larga vizinhos; 54% celular; 22% computador; 11% tablete; 3% outros 10%. Inclusive para pessoas em que a principal atividade é trabalho/estudo, o celular é utilizado como principal device para internet (51% dos entrevistados).