Diagnóstico Setorial das Redes de Educação, realizado pela Associação Brasileira de Franchising, indicou, entre as principais transformações observadas após as adequações do período de pandemia, que 89% das redes pesquisadas afirmaram terem aumentado os recursos de ferramentas tecnológicas
Principais insights do estudo foram apresentados no Seminário Setorial das Redes de Educação nesta segunda-feira, 20/6, dia de abertura da ABF Franchising Week 2022
São Paulo, junho de 2022 — As franquias do segmento de Serviços Educacionais extraíram lições e novas oportunidades de negócios a partir da pandemia de Covid-19. Uma delas é a consolidação da oferta de ensino híbrido ou online. Esta é uma das conclusões do Diagnóstico Setorial das Redes de Educação, o mais recente estudo feito pela Associação Brasileira de Franchising. Os principais insights do levantamento foram apresentados nesta segunda-feira (20/6), durante o Seminário Setorial de Redes de Educação, primeiro dia da ABF Franchising Week. O evento realizado virtualmente no ano passado, voltou a ser presencial agora em 2022 e vai até o próximo dia 25 no Expo Center Norte, em São Paulo.
De acordo com o estudo, entre as principais transformações observadas após as adequações do período de pandemia, 88,9% das redes pesquisadas afirmaram terem aumentado os recursos de ferramentas tecnológicas.
Para Sylvia Barros, coordenadora da Comissão de Educação da ABF, “com a pandemia, o segmento de educação passou por toda essa transformação digital e multicanalidade, avançando neste período. Hoje, você consegue, o que há dois anos não conseguia: entrar em contato com o curso, receber as informações, fazer a matrícula, cursar, receber o Diploma, sem nunca ter pisado na escola física”, comenta. Ainda segundo a coordenadora, hoje praticamente todas as escolas ofertam cursos de ensino a distância (EAD), exceto aqueles mais práticos, como os de culinária e de cabeleireiros, por exemplo. “A maioria dos outros oferece o que o varejo já vinha oferecendo há muito tempo, que é atender o cliente da forma que ele quiser. Isso criou várias possibilidades e também desafios, mas muito mais possibilidades”, completa.
Outra conclusão extraída do estudo a partir da transformação digital está relacionada à confiança no ensino online. Segundo Sylvia, um dos efeitos muito importantes para o segmento de Serviços Educacionais como um todo foi as pessoas demonstrarem ter mais confiança no ensino remoto. “Hoje as pessoas veem que sim, funciona. Principalmente o ensino de idiomas, tecnologia e alguns cursos profissionalizantes, não só funciona, como você consegue acessar alunos que, se não fosse dessa forma, não fariam. Assim, as redes levam a educação para mais pessoas”, observa.
O levantamento da ABF indicou também que 79,2% das marcas pesquisadas ministram cursos aos seus alunos no formato online.
Outro efeito da pandemia, diz a coordenadora, e que se observa a partir dos resultados do Diagnóstico, é “da acomodação do aluno”.“Muitos não querem voltar para o presencial. E, desse modo, abriu-se muito a possibilidade de as franquias de educação atenderem alunos onde elas não têm unidade”, diz Sylvia. “Não há mais limite. Uma rede pode atender um aluno em Portugal, no Japão…”, afirma. Sylvia pondera, no entanto, que a aula presencial tem benefícios, como a interação pessoal, olho no olho, entre professor e aluno, porém a aula virtual tem ganhos também, com professores ao vivo em diferentes partes do mundo, por exemplo.
O estudo apontou, ainda, que neste ano houve um crescimento de cerca de 10% na quantidade de redes que possuem de 101 a 200 estudantes em suas unidades.
Ticket médio cresce mais de 30%
A pesquisa da ABF apontou também que houve um crescimento de mais de 30% do ticket médio entre as marcas participantes.
Em relação às estratégias de comunicação e marketing para captação de leads (alunos), o levantamento reafirmou a importância das mídias sociais. Segundo as empresas franqueadoras pesquisadas, o Instagram vem em primeiro lugar em relevância, Facebook em segundo e o Google Adwards como terceira mídia mais relevante.
“A captação de alunos, que é sempre um grande desafio, disparadamente se concentrou nas mídias sociais. Central telefônica, eventos, site da empresa ficaram no final da fila”, comenta Sylvia.
Quanto ao tempo médio para que o franqueado alcance o ponto de equilíbrio da sua unidade, há uma predominância do período entre seis meses e um ano entre as redes de educação pesquisadas: 53,2% das marcas em 2019, no ano passado 51,4% delas e 50,0% agora em 2022, que corresponde ao primeiro trimestre.
O Diagnóstico Setorial das Redes de Educação apurou, ainda, quais são seus principais desafios neste ano. O Crescimento da rede é o maior deles para 77,1% das respondentes, contra 58,3% delas no ano passado. A seguir vem o Aumento de faturamento da rede, para 70,8% das marcas e a Situação econômica, em terceiro lugar, com 60,4% das respostas. Um outro item que aumentou consideravelmente é a Relação franqueador — franqueado, que subiu de 25,0% em 2021 para 35,4% este ano.
A coordenadora avalia que “essas incertezas estão relacionadas a um cenário que não está no nosso controle, por isso a expansão apareceu como um grande desafio. Há também uma preocupação com o custo de mão de obra e com a relação franqueado — franqueador, que se intensificou muito, com reuniões muito mais frequentes, troca de informações e isso foi um grande ganho da pandemia”, ressalta.
Ainda de acordo com Sylvia Barros, “em 2022 assistimos uma forte retomada do segmento. Aulas presenciais foram retomadas, e nós percebemos que os alunos entenderam que era a hora de retomar a vida”. “Redes que trabalham com adultos, principalmente, viram cerca de 90% deles retornarem ao presencial”, ressalta. Ainda de acordo com a executiva, houve um aumento do número de matrículas de forma geral. “Redes nos reportaram que estão chegando ao número [de faturamento] de 2019”, afirma, e completa: “Os franqueados realmente entenderam porque é importante fazer parte de uma rede. Observamos que as redes de educação estão se recuperando dos impactos da pandemia e temos a esperança de que em 2023 as redes consigam crescer em relação a 2019”.
Sobre a ABF
A ABF — Associação Brasileira de Franchising é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 1987, que representa oficialmente o sistema de franquias brasileiro. O setor registra um faturamento anual superior a R$ 185,068 bilhões em 2021, mais de 170 mil unidades e cerca de 2.800 marcas de franquias espalhadas por todo o Brasil. Além disso, o franchising brasileiro responde por aproximadamente 2,7% do PIB e emprega diretamente mais de 1,4 milhão de trabalhadores. Atualmente com cerca de 1.500 associados e cobrindo todo o território nacional por meio da seccional Rio de Janeiro e de regionais (Centro-Oeste, Interior de São Paulo, Minas Gerais, Nordeste e Sul), a entidade reúne franqueadores, franqueados, advogados, consultores e demais fornecedores e stakeholders do setor. O propósito da ABF é fomentar o franchising brasileiro, nacional e internacionalmente, para que ele se mantenha próspero, sustentável, inovador, inclusivo e ético. A Associação dedica-se a aperfeiçoar o sistema de franquias brasileiro por meio da capacitação de pessoas em diversos cursos presenciais e on-line, do estímulo à inovação, da disseminação das melhores práticas, da representação junto às diversas instâncias públicas e divulgação dos resultados do setor.