Na última quinta-feira (25), a internet foi inundada por vídeos de famosos apoiando turmas estudantis da FGV (Fundação Getulio Vargas). O que era para ser uma gincana acadêmica interna, tornou-se um grande evento midiático, com a participação de nomes como Xuxa, Rodrigo Faro, Sabrina Sato e até Jay Prichett, ator internacional que atua na série “Modern Family”. O fato, por si só, já surpreendeu a internet. No entanto, um segundo detalhe deixou tudo ainda mais interessante: a maioria das celebridades deu lembranças à “Gabi da AE4”.
Rapidamente, as pessoas começaram a se perguntar quem era a tal Gabi e como ela tinha um networking tão forte com personalidades famosas. Como nada na internet permanece anônimo por muito tempo, Gabriela Ricci, estudante de administração de 17 anos, de repente, foi de aluna da turma AE4 para a fama repentina nas redes sociais. O assunto ficou entre os mais falados do Twitter no dia, alcançando o primeiro lugar mundial. Diante de toda a interação, inclusive de marcas interessadas em patrocinar, a turma de Gabi percebeu que dava para aproveitar a atenção para uma causa maior. Pensando em atenuar os danos da Covid-19 para indivíduos socialmente vulneráveis, eles criaram a AE4 Volunteer Experience, que visa o desenvolvimento de projetos de empreendedorismo social.
“Com o patrocínio do Santander, criamos um produto: uma live para arrecadar fundos para ONGs do Brasil”, conta Gabriela. Organizada pelo Diretório Acadêmico Getulio Vargas e patrocinada pelo banco, a série de lives conta com o apoio da produtora audiovisual Flash Bang Media House e tem o intuito de apresentar as ONGs apoiadas – Cufa (Central Única das Favelas), G10 Favelas e Unas (União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região) – e seus objetivos sociais. Latam, Bradesco, Itaú, We Nutz, Eudora, Pantys, Pizza Hut, NBA, NFL e McDonald’s são algumas das marcas que também entraram em contato com o time de Gabi para surfar a onda de influência nas redes sociais.
“Estamos conversando com muita gente interessada e estudando ações para canalizarmos todo este alcance absurdo que conseguimos em poucas horas e termos nas mãos um produto forte, com propósito e caráter filantrópico”, diz a equipe em nota oficial. Em poucas horas após o boom nas redes sociais, “Gabi da AE4” virou uma agência, com dez colaboradores divididos em times para cuidar das áreas de comunicação, mídias, projetos e recursos humanos. Gabriela, claro, cede sua imagem ao projeto e representa o grupo em entrevistas. Seus colegas de classe têm papel no apoio e na divulgação das ações.
Como o assunto teve tanto alcance midiático?
Embora o nome de Gabriela tenha ganhado os holofotes, a estudante faz parte de um grupo maior, com mais 11 jovens que também entraram em contato com as celebridades e ajudaram a divulgar a história. A empolgação para participar da gincana era enorme, mas eles não tinham ideia de que a situação chegaria ao nível que chegou.
Na realidade, o Diretório Acadêmico da Fundação Getulio Vargas organiza, no início de cada semestre, uma gincana para os alunos recém-chegados à universidade – os famosos calouros – com o intuito de promover integração de forma descontraída. Entre as brincadeiras propostas, destaca-se a prova conhecida como “Cúpula”, que consiste em tirar fotos com as celebridades da fundação – no caso, nada além dos veteranos. Em tempos de pandemia, a ideia era conseguir vídeos desses alunos demonstrando apoio e torcida para as novas turmas. A sala que tivesse mais vídeos, ganhava a gincana.
A ansiedade pela vitória levou outro integrante da turma AE4, João Bacila, a conseguir o primeiro vídeo de celebridade em apoio à sua sala. A atriz e apresentadora Angélica Huck surpreendeu as turmas ao aceitar participar, o que fez com que a gincana, de repente, tomasse outra forma. A empolgação levou diversos alunos a começarem a buscar contatos com famosos, o que, inclusive, deixou o Diretório Acadêmico sem outra opção além de mudar as regras e autorizar o novo conceito de celebridade para a gincana.
Na caça aos famosos, Gabriela começou a se destacar, o que fez com que seu nome viralizasse com a gincana. Filha do empresário Dirley Pingnatti Ricci, da empresa Unidas, e da advogada Daniela Ferraz Ricci, a jovem afirma que a família não a ajudou em nada com os vídeos, que foram todos obtidos pela internet.
Quando a turma AE4 percebeu que a internet inteira estava falando sobre o assunto, agiram rápido, disseminando ainda mais o assunto pelo Twitter. A sala se uniu para responder a todos os curiosos que aderiram à hashtag. Seguindo uma estratégia instintiva, impulsionaram ainda mais a gincana. Grandes responsáveis pelo potencial que o projeto carrega hoje, uma semana após o ocorrido. “A união fez a força”, conclui Gabriela.
Fonte: Forbes