Inclusão em creche de Macapá pode garantir retorno de mães ao mercado de trabalho

Espaço recebe crianças de 0 a 5 anos e mulheres já sonham em retornar à vida profissional.

Pela primeira vez nesta semana a dona de casa Aparecida Benjamim, de 28 anos, deixou de acompanhar de perto durante todo o dia o filho Kauã Jesus, de 4 anos. Ele, que sofre de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), necessita de atenção permanente e a partir dessa semana passou a ter os cuidados dos profissionais da creche Tia Chiquinha, em Macapá.

A unidade que atende 171 alunos de 0 a 5 anos no bairro Novo Buritizal, na Zona Sul, é a primeira da rede pública construída na capital e recebe crianças de famílias carentes de bairros vizinhos. Para Aparecida, a creche oferece espaços inclusivos que garantem a interação e o aprendizado do filho.

“Gostei muito da sala especializada. Não é só o meu filho, mas tem outras crianças que chegam em escolas e não tem o local adaptado. Gostei muito da sala, porque em outros centros a criança é tratada sozinha”, comemorou a dona de casa que tem outra filha de 6 anos na Tia Chiquinha.

O espaço construído ao lado do conjunto habitacional Açucena oferece espaços de interação, descanso, brinquedoteca, salas de interação e área de lazer. Desde a terça-feira (27), as crianças passaram a ficar no local, que atende de 7h30 às 17h, com refeições e espaço para descanso.

A creche, assim como para Aparecida, representa uma nova perspectiva de futuro para muitas famílias. “Com a Tia Chiquinha vou passar a trabalhar bem aliviada. Estou até fazendo entrevistas e espero retornar ano que vem ao mercado de trabalho”, acredita Aparecida.

A expectativa de um novo emprego com a permanência dos filhos na creche é motivo de comemoração para a Sylmara Gama da Luz, de 36 anos, que é formada em design, mas está desempregada. Na creche, ela conseguiu vagas para os dois filhos: João Lucas e Caio, de 1 e 3 anos.

“A gente vê a responsabilidade que se tem com eles. Me sinto mais despreocupada em deixar as crianças, porque sei que vai ter um zelo e agora vou atrás de emprego. O principal motivo é ver a responsabilidade que tem aqui para cuidar da crianças”, disse a mãe, sorridente.

Ao todo, 60 profissionais, entre corpo pedagógico, auxiliar e técnico, estão na creche, que pouco a pouco vai se adaptando para atender o público. Para a diretora Marilda Navegantes, a fase do choro e da saudade dos pais ainda é constante, mas a recepção e a atenção com as crianças é a principal meta da nova creche.

“Tivemos uma preocupação muito grande em trazer os profissionais para cá. Tivemos capacitação e preparo para vir pra cá. Mesmo quem tem um currículo vasto tem que entender que é um local novo. Tem que se ter responsabilidade e tudo aqui foi pensado para as crianças”, disse.

Todos os setores do espaço são decorados de forma temática para acolher os pequenos, que ainda contam com alimentação balanceada e diversificada pelo setor de nutrição da creche.

Atenção infantil

Mesmo com a abertura da Tia Chiquinha, o déficit de crianças aguardando a construção de creches na capital chega a 29 mil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Tia Chiquinha estava, inicialmente, num processo de construção de dez creches anunciados pela prefeitura da capital em 2013 após parceria com o Governo Federal. Em 2017, no entanto, a proposta foi reformulada em função de atrasos e recursos foram atualizados para a construção de mais cinco espaços.

Fonte: https://g1.globo.com

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