Investimentos em tecnologia e compartilhamento de dados entre órgãos públicos são essenciais para aumentar a eficácia do combate ao crime, segundo afirmaram especialistas presentes no seminário “Pacto pelo Rio”, promovido pela FGV Conhecimento e pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) nesta sexta-feira (23/2), na capital fluminense.
No painel “Segurança pública”, o superintendente regional da Polícia Federal, Leandro Almada, afirmou que a instituição coopera com o governo do Rio de Janeiro no enfrentamento de alguns crimes, como o tráfico internacional de armas. A PF também dialoga com o Ministério Público fluminense, especialmente em casos de organizações criminosas, como a que explora o jogo do bicho, informou Almada.
O procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Mattos, destacou os investimentos em tecnologia do órgão para combater a criminalidade organizada. Ele ressaltou a importância de o poder público retomar áreas dominadas pelo crime e defendeu maior participação dos municípios na segurança pública.
O secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Cesar dos Santos, disse que a valorização dos policiais é importante para melhorar a atuação deles. Outro fator relevante, a seu ver, é o engajamento da sociedade na resolução dos problemas.
O presidente do Instituto Combustível Legal, Emerson Kapaz, destacou a questão da criminalidade ligada a grandes conglomerados industriais. No setor de combustíveis, muitos adulteram gasolina, álcool e diesel e deixam de pagar tributos, o que deixa o Estado com menos recursos para combater delitos.
A coordenadora do Centro de Ciência Aplicada à Segurança Púbica da FGV, Joana da Costa Martins Monteiro, afirmou que o combate à criminalidade organizada no Rio se estruturou como se o maior problema fosse o tráfico de drogas. Porém, a principal questão é o controle armado de territórios, avaliou ela.
Joana também defendeu a estruturação de sistemas de informação integrados entre o Ministério Público, as polícias e o Tribunal de Justiça. Trata-se de medida crucial para aumentar a eficiência da repressão a delitos, segundo ela.
Investimentos em infraestrutura
No painel “Infraestrutura como fator de desenvolvimento social e econômico”, a diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa, afirmou que o banco é o maior financiador da América Latina de obras que visam a melhorar as condições de vida das pessoas.
O presidente da Light, Alexandre Nogueira, lamentou que, em áreas dominadas pelo crime organizado, a empresa não consiga cortar a luz de consumidores inadimplentes. Com isso, há muitas pessoas que não pagam por energia nessas regiões.
A universalização do acesso ao saneamento básico é uma medida essencial para garantir a cidadania, destacou o presidente da Águas do Rio, Alexandre Bianchini. Por isso, a empresa vem investindo em garantir o fornecimento de água tratada em favelas da capital fluminense.
Já o deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ) apontou que a reforma tributária e o regime de recuperação fiscal darão maiores condições ao Rio de Janeiro de melhorar sua infraestrutura.
Fonte: Conjur.