Ministro da Educação bate boca com jovens no Pará

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, discutiu com um grupo de jovens enquanto jantava em uma praça em Alter do Chão, no Pará, onde ele passa férias, na noite desta segunda-feira (22).

Os jovens ironizaram uma gafe cometida pelo ministro, que errou o sobrenome do escritor Franz Kafka durante uma audiência na comissão de educação do Senado, em 7 de maio, e entregaram a ele uma kafta, uma iguaria árabe.

O grupo também mostrou um cartaz contra o corte de verbas em universidades, e alguns jovens chegaram a discutir com a mulher do ministro.

Weintraub bateu boca com os jovens usando um microfone de músicos que se apresentavam na praça. Ele foi vaiado por pessoas que também estavam jantando no local. Ele não entrou em detalhes sobre o que aconteceu, mas disse no Twitter que seus filhos choraram.

“Pretendo passar alguns dias no Pará, Santarém, com minha família. Nossos três filhos pequenos de férias, jantando comigo e minha esposa em uma praça. Advinhem [sic]…os mesmos que se dizem [sic] defender os direitos humanos nos cercaram…as crianças ainda estão chorando!”, escreveu o ministro.

Weintraub também discutiu com um homem aparentemente indígena, e depois deixou o local.

Comunicado do MEC

Na tarde desta terça-feira (23), o Ministério da Educação divulgou à TV Globo uma nota na qual repudia o que chamou de “atos de violência sofridos pela pessoa do ministro”. No texto, a pasta explica detalhes sobre o programa de bolsas para estudantes de graduação indígenas e quilombolas.

Leia abaixo a íntegra do comunicado:

“O Ministério da Educação repudia os lamentáveis atos de violência sofridos pela pessoa do ministro da Educação, Abraham Weintraub, e seus familiares. O ministro, que está de férias, jantava com a esposa e seus três filhos (8, 12 e 13 anos de idade) na cidade de Alter do Chão, no Pará, quando foi hostilizado por manifestantes que o constrangeram em praça pública.

O grupo, que se identificou como representante da comunidade indígena, alegou que não havia sido recebido pelo ministério. No entanto, no dia 5 de junho representantes de lideranças indígenas e quilombolas foram recebidos na sede do MEC, em Brasília. Em 2 de julho a Pasta abriu mais quatro mil bolsas de estudo no valor de R$ 900 (cada) a indígenas e quilombolas matriculados em cursos de graduação presenciais em instituições e universidades federais. As inscrições seguem abertas até 30 de agosto.

O pagamento da bolsa é feito pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao Ministério da Educação, diretamente aos beneficiários. O Bolsa Permanência tem por finalidade contribuir para que estudantes indígenas e quilombolas tenham condições de permanecer em seus cursos de graduação.

Além disso, o Ministério trabalha na construção do 1º Plano Nacional de Educação Escolar Indígena. A proposta é garantir um maior acesso à educação para esta comunidade. Para a elaboração do plano, o MEC conta com a participação dos indígenas por meio de audiências públicas. Só esse ano, foram realizados três encontros: em Manaus (AM), Belo Horizonte (MG) e João Pessoa (PB). Os próximos serão em Belém (PA), Campo Grande (MS), Chapecó (SC) e Salvador (BA).

Entretanto, o Ministério reitera que não há justificativa plausível para um ataque desta natureza a um brasileiro e seus familiares.”

Fonte: G1 Educação

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