Muito além da Bettina: os brasileiros de 22 anos que têm empresa de R$ 3,78 Bilhões

Desde a última semana, uma campanha no YouTube se transformou em um dos assuntos mais comentados do país. No vídeo, uma jovem de 22 anos chamada Bettina Rudolph fala que transformou um investimento de R$ 1,5 mil em um patrimônio de R$ 1 milhão.

No entanto, Bettina não é a única “jovem rica” brasileira. Aliás, há empresários que conquistaram mais dinheiro que ela. Dois bons exemplos são Henrique Dubugras e Pedro Franceschi, ambos com 22 anos – assim como Bettina. Eles são os fundadores da Brex, uma empresa de cartão de crédito voltada para startups startups do Vale do Silício.

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Em outubro do ano passado, a Brex virou um unicórnio. Ou seja, atingiu um valor de mercado superior a US$ 1 bilhão (R$ 3,78 bilhões na cotação atual).

O marco foi atingido em uma rodada de investimento Série C de US$ 125 milhões, liderada pelos fundos Greenoaks Capital e DST Global. A startup já tinha levantado outros US$ 50 milhões em junho de 2018, de fundos como a aceleradora Y Combinator.

Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, Dubugras, um dos fundadores, disse que o aquecimento do setor de pagamentos o ajudou a levantar dinheiro no mercado. “O mundo inteiro está buscando novas soluções de pagamentos e conseguimos apresentar um produto único”, diz.

Segmento

O cartão de crédito de pessoa jurídica só atende startups dosEstados Unidos. O diferencial, segundo os fundadores, é a agilidade: a empresa promete uma versão digital do cartão em até cinco minutos após o cadastro, e uma versão física em até cinco dias.

Além disso, ao contrário do que exigem os bancos, a Brex não pede garantias como ganhos e bens pessoais dos empreendedores para que eles tenham acesso ao cartão corporativo. E, na comparação com o cartão de crédito de pessoa física, a startup oferece crédito até 10 vez maior.

Para avaliar os riscos, a empresa foge dos modelos tradicionais. Em vez de analisar o faturamento, a Brex avalia o histórico dos investidores, o fluxo de caixa e os padrões de gastos da startup.

Experiência

A ideia de criar a Brex surgiu quando os dois amigos cursavam ciência da computação em Stanford, nos EUA, e viram as dificuldades dos colegas empreendedores em conseguir crédito para tirar uma ideia do papel. “Desistimos de Stanford e fomos empreender”, diz Dubugras.

Apesar da pouca idade, o mercado de pagamento não é um segredo para os jovens. A dupla já tinha criado, aos 17 anos, o Pagar.me, uma startup de pagamento digital para empresas, que venderam no fim de 2016. Saiba mais sobre o primeiro negócio da dupla neste link.

Foi nessa época que eles conheceram seus primeiros e mais famosos investidores: Peter Thiel Max Levchin, fundadores do PayPal.

Para Guilherme Horn, diretor de inovação da consultoria Accenture, o sucesso meteórico da empresa se deu pela combinação de três fatores: a experiência com a Pagar.me, investidores grandes desde o começo e um produto diferenciado.

“Os investidores sabem que os pagamentos serão totalmente diferentes em cinco ou dez anos, mas ninguém sabe exatamente o que será”, diz Horn. “O que esses meninos conquistaram não é fácil nem mesmo para quem é do Vale do Silício”.

Com dinheiro na conta, a Brex agora quer investir em expansão. Hoje, com 57 funcionários, a empresa quer contratar mais engenheiros, apostar em marketing e crescer em números de clientes no Vale do Silício. O Brasil, no entanto, ainda não está nos planos da startup. “Os Estados Unidos estão mais amadurecidos nisso, vamos crescer só aqui por enquanto”, diz Dubugras.

*Com informações da Estadão Conteúdo

Fonte: Revista PEGN

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