Um mapa digital em 3D pode ser esperança de ajuda na reconstrução da catedral de Notre Dame, em Paris, França. Ontem, a catedral, que teve sua construção iniciada em 1163, foi vítima de um incêndio. O presidente francês Emmanuel Macron já afirmou que o prédio histórico será reconstruído—as doações para esse trabalho já ultrapassaram R$ 2 bilhões.
Em 2015, um historiador e professor chamado Andrew Tallon, já falecido, construiu uma réplica digital do ícone parisiense—além de outras catedrais espalhadas pelo mundo. O resultado já soa altamente tecnológico, mas o processo não foi diferente. Tallon usou lasers para mapear cada detalhe das construções. As informações devem ser de grande importância agora no processo de restauração.
A técnica pode ser comparada à forma como um morcego “enxerga” no escuro. “O que o aparelho faz é enviar um laser e ver quanto tempo ele demora para sair do dispositivo e atingir qualquer superfície”, explica o professor em um vídeo no qual mostra a técnica (atenção: o vídeo não é em Notre Dame, mas na catedral de Washington). Com isso, é possível medir a distância percorrida pelo laser—e, consequentemente, ser capaz de desenhar um mapa digital de qualquer construção.
“Vejo como uma forma de mapear o espaço, fazer arqueologia que olha de volta no tempo”, diz ele no vídeo. “Para mim, é um trabalho de detetive gigantesco. Vejo essa forma de pedras e metais e penso: como construíram isso?”
O mapa digital de Notre Dame conta com mais de um bilhão de pontos de dados diferentes, que foram coletados de 50 diferentes locais, dentro e fora da catedral.
Uma das grandes perdas causadas pelo incêndio foi a torre, construída em 1860, que desabou durante. O teto também foi severamente danificado e continha madeira de 1160. Felizmente, relíquias que ficavam dentro da catedral sobreviveram ao incêndio.
Fonte: Época