(Foto: Divulgação)

Novos modelos de negócio no ramo de franquias

O sistema de franchising, definitivamente, não é algo novo. Ele teve origem por volta de 1850, nos Estados Unidos, quando a Singer Sewing Machine Company, autorizou outros comerciantes a venderem suas máquinas, fazendo o uso de sua marca.

Com o passar dos anos, o sistema começou a ser adotado por diversas empresas, dos mais variados setores, indo desde casa e construção até beleza e alimentação. O atual desempenho das franquias no Brasil, inclusive, superou o período pré-pandemia, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF).

Em relação ao primeiro trimestre de 2019, a alta do faturamento do setor neste ano foi de 22,6%. Já em relação ao mesmo período de 2022 foi de 17,2%, atingindo R$ 50,85 bilhões. De acordo com a associação, este é o quinto trimestre consecutivo de crescimento.

Essa expansão do sistema de franquias veio acompanhada do desenvolvimento de novos negócios dentro desse ramo. Com o objetivo de levar a sua marca para outras regiões, a Fini acaba de lançar dois novos formatos: o pocket e o contêiner.

O pocket é 50% menor que o quiosque tradicional, com apenas 3,5 metros quadrados. Apesar de o portfólio de produtos ser menor, o padrão de vendas a granel permanece neste modelo. O investimento para adquirir uma franquia pocket de Fini gira em torno de R$ 108 mil.

Já o contêiner tem a proposta de ser um ambiente instagramável, que conta com sorvetes e suvenires da marca como diferenciais. Localizada Box Park Jaboticabal, no interior de São Paulo, a unidade é construída literalmente em um contêiner com identidade visual personalizada, em uma área entre 20 e 40 pés. O investimento total para adquirir essa franquia é de R$ 214 mil. A empresa ainda conta com franquias no formato de quiosques, de 7 a 9 metros quadrados.

Atualmente, a Fini tem mais de 200 unidades de diferentes formatos espalhadas por 24 Estados, além do Distrito Federal. Com o pocket e o contêiner, a empresa pretende fechar o ano com 250 franquias.

Zé Delivery, aplicativo de entrega de bebidas da Ambev, também está estudando transformar um novo modelo de negócios em franquias. No final de junho, a marca lançou o Zé Express, geladeiras inteligentes pensadas para condomínios e lugares com alto fluxo de pessoas.

Para comprar uma bebida, o consumidor maior de idade cadastrado só precisa escanear um QR Code, abrir a geladeira e pegar a bebida. Por meio de inteligência artificial, os produtos retirados são reconhecidos e automaticamente cobrados no cartão cadastrado no app do Zé Express.

De acordo com a marca, o plano de expansão desse formato contempla transformá-lo em um modelo de franquias de baixo investimento. Em nota, o presidente do Zé, Fernando Mazzarolo, afirmou que o franqueado ainda teria acesso a um consultor de vendas e negócios e suporte 24 horas.

Na visão do sócio-diretor da Gouvêa Consulting, Rodrigo Catani, esse modelo de franquias do Zé Express tem potencial, justamente por conta de o investimento ser mais baixo. Mas o executivo ressalta que é importante a marca saber muito bem onde alocar essas geladeiras. “O estudo de localização é algo que vão ter que trabalhar bem”.

Transformação do negócio

Apesar de existir desde 2014 no Brasil, com unidades que variam de 15 a 200 metros quadrados e cerca de três mil itens, o Carrefour Express entrou agora no modelo de franquias. A novidade foi anunciada pelo Grupo Carrefour Brasil durante a feira de franquias ABF Franchising Expo 2023, que aconteceu entre os dias 28 de junho e 1º de julho no Expo Center Norte, em São Paulo.

O investimento para ter uma franquia do Carrefour Express tem início em R$ 150 mil, mas varia de acordo com o modelo de operação escolhido: lojas de rua e centros comerciais, unidades com características de consumo de proximidade; lojas residenciais, implantadas em condomínios residenciais; e as lojas in company, implantadas em conjuntos empresariais.

João Edson Gravata, Diretor Executivo de Proximidade do Grupo Carrefour Brasil, explica que a decisão de tornar o Carrefour Express em um modelo de franquias estava sendo estudado desde antes da pandemia e que, por conta, dela teve que ser adiada. Ele enfatiza ainda que esse modelo já existe em outros países.

Gravata também ressalta que a concorrência de outros modelos de varejo parecidos, como o Oxxo, que explodiu, principalmente nos centros comerciais, não foi o que impulsionou a decisão do grupo. “Não é uma estratégia tracionada pelo comportamento da concorrência. É uma estratégia de marca, de negócio, que considera o papel da concorrência como outros aspectos”, reforça.

O principal objetivo do grupo com essa mudança no modelo de negócios do Carrefour Express é acelerar sua expansão, de acordo com o diretor. “Sabemos ou pelo menos temos a expectativa de que ao abrirmos essa oportunidade da franquia, também abrimos novas possibilidade, novas condições de estarmos em locais onde, talvez, não estivéssemos no curto prazo”, completa Gravata.

O diretor executivo de proximidade do grupo revela que a adesão dos interessados nas franquias do Carrefour Express foi grande durante a feira e que a empresa está no período de catalogação e retorno dessas pessoas. “Também temos uma estratégia de prioriza a nossa presença na Grande São Paulo primeiro para que depois possamos avançar para outros centros urbanos”.

Para o sócio-diretor da Gouvêa Consulting, o exemplo do Zé Express e do Carrefour Express estão na mesma linha que é: entregar conveniência para o consumidor. Segundo ele, isso está em linha com a mudança de comportamento das pessoas, que passaram a fazer compras mais frequentes e menos de abastecimento em grande hipermercados, inclusive, estão comprando cada vez mais em locais diferentes.

Apesar disso, Catani ressalta que é importante as empresas se atentarem para a competitividade do mercado de varejo. “A competição é muito feroz, e uma franquia do varejo, tem o efeito do capital de giro investido”, alerta.

*Com informações do site Meio e Mensagem

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