Os melhores negócios para desempregados que querem empreender

Com a crise econômica, conseguir uma recolocação no mercado de trabalho pode ser uma tarefa difícil. Essa triste realidade se evidencia em números: segundo um levantamento realizado pelo IBGE, o desemprego já atinge 13 milhões de brasileiros. Dessas pessoas, cerca de 4,7 milhões não sentem mais esperança de conseguir um trabalho. Nesse cenário, o empreendedorismo pode ser uma alternativa para se virar o jogo.

Mas abrir e administrar uma empresa não são tarefas fáceis. É isso que afirma o contador e consultor do Sebrae João Carlos Natal.

Segundo o especialista, por mais que o empreendedorismoseja uma boa opção para o desempregado, é preciso tomar uma série de cuidados para não sair no prejuízo. “É preciso planejamento, caso contrário, empreender se torna a mesma coisa que rasgar dinheiro”.

Cuidado com os erros!
Natal conta que um dos principais erros cometidos é não saber dividir as finanças pessoais das profissionais. No caso dos desempregados, esse problema se agrava pela sua necessidade de pagar as contas.

Um exemplo citado é o pagamento do pró-labore – o “salário” do empreendedor. Muitas vezes, o valor retirado do caixa da empresa é muito grande, o que acaba comprometendo as finanças do negócio. “Muita gente comete o erro de enxergar o negócio como seu holerite”, afirma.

Mas como evitar isso? Segundo Natal, a média de tempo que um empreendimento demora para gerar lucro é de dois anos. Durante esse período, todo tipo de retirada expressiva de dinheiro da empresa pode desestabilizar a operação.

Em um mundo ideal, a solução seria que o empreendedor possuísse capital de giro suficiente para se manter durante os primeiros meses. Mas, na realidade do desempregado, isso nem sempre é possível, conta o consultor.

João Carlos Natal (Foto: Caio Cestari)

Outro erro comum se encontra no cálculo da margem dos produtos. Segundo ele, as pessoas ficam presas a “números mágicos”, como um lucro de 100%, e acabam negligenciando as necessidades do negócio. “Em vez disso, a margem deve estar relacionada aos custos operacionais da empresa, de modo que o produto não fique muito caro mas ainda gere lucro.”

Qual é seu tipo de empreendedorismo?
João Carlos Natal explica que existem duas formas de empreendedorismo: de necessidade e oportunidade. O primeiro caso ocorre quando o indivíduo, sem opções, resolve abrir um negócio para suprir suas necessidades financeiras pessoais. Nessa situação, o empreendedor corre o risco do seu negócio cair na mesmice.

Por sua simplicidade, atividades como lojas de roupas e salões de beleza são as mais procuradas. Mas por serem de mercados saturados, os riscos envolvidos nesse tipo de operação é alto.

Já o empreendedorismo de oportunidade é o ideal, segundo o especialista. Nele, o indivíduo nota uma necessidade específica do mercado e estrutura um negócio para atendê-la. Além de possuir mais planejamento, esse empreendedor também se beneficia da inovação – que é um diferencial para seu estabelecimento.

Qual negócio escolher?
No caso do empreendedorismo de necessidade, qual negócio escolher?

Natal conta que não existe uma única resposta para isso. O primeiro passo para descobrir qual deve ser sua área de atuação é analisar suas habilidades. “Não adianta você investir em um setor que não entende.”

Caso a pessoa seja boa em artesanato, por exemplo, começar um negócio desse tipo pode ser a melhor opção.

estampas; costura; costureira; (Foto: Divulgação)

As microfranquias também podem ser uma boa alternativa. De acordo com Natal, elas trazem o benefício de já serem um negócio estruturado e contarem com manuais de operação. Mas, antes de assinar um contrato, é preciso realizar uma grande pesquisa.

O especialista orienta que o interessado consulte outros franqueados da rede. Assim, será possível saber como o negócio funciona e se certificar que a rede forneça a estrutura necessária para o empreendimento escalar.

Não tenha pressa
Mesmo escolhendo uma área que tenha afinidade, ainda é preciso tomar uma série de cuidados, explica Natal.

Tudo deve começar com a montagem de um plano de negócios. A compra do estoque é uma das principais coisas que devem ser consideradas nesse momento. “Um erro comum é montar um estoque muito grande e que pode acabar ficando sem movimentação. Esse é um dinheiro que está perdido e que poderia ter sido investido em outras partes do negócio.”

Outro ponto primordial é separar a pessoa física da jurídica. Isso permitirá a abertura de um conta bancária especifica para a empresa e a obtenção de empréstimos a juros mais baixos.

Entender o quanto a carga tributária incide sobre o seu produto é o primeiro passo para saber seu lucro (Foto: Reprodução/Pexel)

Mas Natal alerta: também é preciso ter cuidado na hora de pegar dinheiro emprestado. O empreendedor precisa ter em mente que esses valores devem ser investidos em algo que gere lucro – como infraestrutura e maquinário – e não no pagamento de dívidas. “Uma pessoa que fabrica salgados, por exemplo, pode comprar uma máquina que aumente sua produção”.

Caso a pessoa esteja negativada, pegar dinheiro emprestado com familiares e vender bens (como veículos) podem ser uma alternativa.

Capacitação em primeiro lugar
Por fim, o especialista ainda alerta sobre a necessidade de capacitação. Para que o negócio seja bem-sucedido, habilidades ligadas à área de atuação precisam ser constantemente atualizadas. Noções em gestão também são necessárias.

Caso seja muita coisa para uma pessoa só lidar, o ideial seria contratar funcionários ou até mesmo sócios que complementem esse conhecimento.

Fonte: Revista PEGN

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