(Foto: Stefan Lins/Flickr/Reprodução)

País da Oceania ameaçado de sumir quer migrar para o metaverso

A nação de Tuvalu é formada por nove ilhas do Oceano Pacífico. O problema é que elas estão altamente ameaçadas pelas mudanças climáticas. Cerca de 40% do distrito da capital fica submerso durante a maré alta, e a previsão é que todo o país seja coberto pelo mar até o final do século.

O cenário preocupante fez com que Simon Kofe, ministro da Justiça, Comunicação e Relações Exteriores de Tuvalu, anunciasse medidas extremas durante a COP27. Segundo Kofe, a nação tem planos de se transferir totalmente para o metaverso – grande aposta para integrar o mundo real e virtual.

Segundo Kofe, a transferência para o mundo digital preservaria o território, cultura e soberania do povo de Tuvalu, preservando a nacionalidade por meio da tecnologia. Ao mesmo tempo, o anúncio não deixa de ser uma provocação para que o mundo comece a levar as mudanças climáticas mais a sério.

Na COP26, Kofe também surpreendeu ao discursar dentro do oceano, com a água em seus joelhos, representando o aumento da maré diante do aquecimento global.

Caso nada seja feito, mais nações terão que migrar para o digital a fim de manter sua história viva. Mas não pense que isso seria fácil. Tuvalu, por exemplo, tem apenas 12 mil habitantes e já seria difícil colocar esse número de pessoas interagindo em tempo real dentro de um mesmo mundo virtual. Há ainda desafios técnicos a serem superados.

Além disso, o metaverso não é realmente uma nuvem. Há uma série de servidores e centros de dados por trás – uma tecnologia com uma pegada de carbono bastante considerável. Cria-se um paradoxo em que o museu virtual, na verdade, contribui para a extinção de novos povos.

O ideal é olhar para as mudanças climáticas hoje e trabalhar em políticas públicas para reduzir os danos. Só com o interesse de todo o globo será possível mudar o futuro de diversas nações.

*Com informações do site Gizmodo

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