Existem, hoje, 7.715.591 microempreendedores individuais espalhados por todo o território nacional, segundo dados do Portal do Empreendedor do governo federal (www.portaldoempreendor.gov.br). O estado que lidera o ranking de adesões é São Paulo, com 2.036.609 participantes. O Rio de Janeiro vem em segundo lugar, com 899.355 registros de pequenos empresários formalizados. A terceira posição é ocupada por Minas Gerais, com 888.056 MEIs.
As estatísticas mostram que os homens ainda são maioria: 53% desse universo, contra 47% das mulheres. A maior concentração de está na faixa dos 31 aos 40 anos, que reúne mais de 2,4 milhões de pessoas, o que representa 31% do total.
Os dados também revelam que muitos brasileiros vêm tocando seus negócios desde cedo. Na faixa etária de 16 a 18 anos, há 119.446 inscritos como MEI em diversas atividades. O programa, por outro lado, tem atraído idosos. Há 434.575 pessoas acima dos 60 anos empreendendo legalmente.
Segundo Rodrigo Salem, da consultoria MEI Fácil, a crise dos últimos anos estimulou o crescimento do número de microempreendedores, diante da dificuldade enfrentada por muitos brasileiros de encontrar emprego. Hoje, o Brasil tem mais de 12 milhões de desempregados, segundo dados do IBGE. Mas, em março de 2017, este número superou os 14 milhões.
A cobertura do INSS a custo baixo também é um forte atrativo para se tornar MEI, mas, por falta de informação, boa parte do mercado informal ainda resiste em aderir ao programa, afirma Salem.
— O Brasil tem 30 milhões de pessoas trabalhando como autônomas, e somente entre 20% e 25% são formalizadas. O MEI é uma porta de entrada para a formalização vantajosa e garante uma segurança maior a quem trabalha e a quem contrata — afirmou.
O consultor vê o mercado de aplicativos como um grande estímulo à formalização como MEI, tanto na área de transporte de passageiros quanto no ramo de serviços de entregas. Consertos e obras também atraem novas adesões. No país, há 337.626 microempreendedores no setor, o que os coloca na terceira posição nacional. O maior número de MEIs ainda está na categoria de comerciante de artigos de vestuário e acessórios: 617.599 inscritos nacionalmente.
Para o coordenador de Seguridade Social do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Rogério Nagamine, o programa conseguiu reduzir a burocracia, mas ainda precisa de aprimoramento para atrair mais trabalhadores autônomos.
—Sabemos que 56% das pessoas que se inscreveram no programa já tinham contribuído para o INSS antes, o que significa uma migração. O ideal seria que o sistema fosse mais focado na inclusão de quem está totalmente fora do sistema previdenciário — disse.
Em todo o país, os prestadores de serviço têm sido predominantes na procura pela formalização. Profissionais do setor de beleza ocupam a segunda colocação entre as atividades mais exercidas pelos microempreendedores individuais. São 609.193 profissionais no segmento.
Fonte: https://extra.globo.com/noticias/economia/pais-ja-tem-77-milhoes-de-empreendedores-23320244.html
