Pandemia fecha 2,2 mil empresas e causa 29,5 mil demissões no AM

Vice-presidente da CDL Manaus, Ezra Benzion, avalia que prejuízos foram inevitáveis, decorrentes das medidas de restrições. Mesmo assim saldo de empregos foi positivo.

Fechamento de mais de 2,2 mil empresas e 29,5 mil demissões: esse foi o saldo contabilizado pelo comércio, no Amazonas, desde o início da pandemia da Covid-19, segundo dados da Junta Comercial do Estado (Jucea) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Os dados, tanto do número de empresas abertas como de empregos, se referem ao período de março a dezembro de 2020.

Com relação aos empregos, no entanto, apesar das demissões, o saldo do ano fechou positivo, com mais de 3.700 vagas.

Prejuízos inevitáveis

O vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDLM), Ezra Benzion, avalia que os prejuízos foram inevitáveis, decorrentes das medidas de restrições decretadas pelo governo do estado em combate à Covid-19.

Benzion afirma que os prejuízos podem ser ainda maiores, caso não recebam qualquer ajuda do poder público.

“Após a reabertura do comércio algumas empresas conseguiram se recuperar, mas, em seguida precisamos fechar as portas novamente. É um outro momento da economia, com as empresas ‘soltas’, sem qualquer ajuda do Governo Federal e o estado auxiliando de forma ‘tímida’”, disse. “Precisamos reabrir. Caso contrário, a situação tende a piorar ainda mais”, concluiu.

Para o presidente da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Jorge Lima, as lojas do centro da cidade acabam sendo mais prejudicadas em relação às dos demais bairros. “Vemos na zona Leste o funcionamento normal do comércio, tudo funcionando. Vemos que o governo não consegue fiscalizar naquela área da mesma forma que atua na área central”, criticou.

Fechamento de bares e restaurantes

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes-Seccional Amazonas (Abrasel-AM), Fábio Cunha, relatou que por conta do fechamento do comércio, o setor de alimentação fora do lar, que conta com 13 mil estabelecimentos, perdeu nos últimos meses 30% das empresas e, em consequência, houve demissões.

“Nesta semana, duas lojas Cachaçaria do Dedé encerraram as atividades. O governo, o Ministério Público, a Defensoria Pública, todos acham que esse é o curso normal das coisas, mas não é. As empresas estão fechando. Tudo está incentivando a clandestinidade, o não pagamento de impostos e contratações ilegais”, disse.

O presidente considera que uma das alternativas para contornar o problema seria a intermediação junto ao Governo Federal solicitando subsídio ao setor e medidas como a suspensão de contratos de trabalho.

Governo e Abrasel discutem flexibilizações

Nesta quinta-feira (4), o presidente da Abrasel e o governador Wilson Lima (PSC) discutiram as demandas do segmento.

Durante o encontro, foram discutidas alternativas de flexibilização e ações fiscais. Uma nova reunião será realizada nesta semana com o setor.

“O governador tem chamado para conversar e ele está avaliando o que a gente colocou aqui através dos pleitos”, disse o presidente da Abrasel, Fábio Cunha.

“É imprescindível mantermos esse diálogo. Não fosse essa circulação rápida do vírus, não teríamos restringido atividades, mas a situação epidemiológica nos colocou nessa situação. Agora, nós sabemos das perdas e temos trabalhado para minimizar isso. Também estamos discutindo o que pode ser flexibilizado com segurança porque ainda não temos uma situação confortável do vírus no estado”, explicou o governador.

Reportagem: Priscila Caldas

Fonte: Real Time 1

Compartilhar

Últimas Notícias