Pesquisa analisa o impacto do uso de IA pelo governo

Impacto sobre a geração de empregos e implicações éticas. Essas são as maiores preocupações da população quando o assunto é o uso de inteligência artificial pelo governo. É o que mostra uma pesquisa da consultoria BCG, que entrevistou 14 mil pessoas de diferentes países via internet. O levantamento faz parte de um estudo semestral chamado Digital Government Benchmarking. Mesmo com o Brasil de fora da pesquisa, o estudo traz insights valiosos sobre as relações entre a IA e o poder público.

Quando perguntados sobre o impacto da tecnologia na economia e na sociedade, os participantes mostraram uma grande preocupação com a disponibilidade de empregos no futuro. 61% dos entrevistados temem que o impacto da IA seja negativo para a geração de empregos e 58% acreditam que o poder público deve regulamentar a tecnologia para garantir a proteção de vagas.

Para os participantes, falta clareza sobre como o governo deverá lidar com as políticas públicas em um mundo tomado pela inteligência artificial. “Se a tecnologia gerar desemprego, os impostos devem ser os mesmos?”, questionam os participantes.

No governo

Ao mesmo tempo, a pesquisa mostra que os cidadãos apoiam o uso de IA em tarefas como otimização de mobilidade, manutenção da infraestrutura pública e atendimento ao cidadão. Ao opinar sobre os possíveis usos da tecnologia pelo poder público, os participantes expressaram uma percepção positiva. A única exceção foi o processo de tomada de decisões pela Justiça – o tema mais polêmico do estudo. A maioria dos entrevistados afirma ser contra o uso da tecnologia em decisões sensíveis, como liberdade condicional e recomendações de condenação.

Um em cada cinco participantes declarou desconhecer os possíveis usos da tecnologia pelo poder público. “Os governantes deveriam fazer mais para conscientizar o público sobre os benefícios de IA. Em muitos casos, cidadãos sequer sabem que determinados governos já usam inteligência artificial para automatizar processos”, diz o estudo.

Idade e origem

O estudo apresenta variações importantes dependendo do país de origem dos entrevistados. Os participantes oriundos de economias menos desenvolvidas, com níveis de corrupção mais altos, tendem a ser mais favoráveis ao uso de IA pelo poder público. Cidadãos da ÍndiaChina e Indonésia afirmaram seu apoio às aplicações da tecnologia pelo governo, enquanto cidadãos na Suíça, Estônia e Áustria pediram cautela. A resposta também varia de acordo com padrões demográficos. Millenials e pessoas que vivem em ambientes urbanos demostraram maior apoio à tecnologia. Já idosos e moradores de zonas rurais são contra a ideia de aplicar soluções de IA nos órgãos públicos.

Fonte: Época

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