Pesquisadores usam tecnologia nacional para criar soro contra a Covid-19

Pesquisadores do Rio de Janeiro usaram tecnologia nacional para criar um soro contra a Covid, e aguardam a autorização da Anvisa para começar os testes em doentes que estão internados.

A produção do soro contra a Covid-19 começa em uma fazenda a cerca de 100 quilômetros do Rio. Os cavalos do Instituto Vital Brazil recebem doses com uma fórmula desenvolvida em um laboratório da UFRJ, onde os pesquisadores conseguiram criar cópias das proteínas que ficam na superfície do vírus, aquelas que parecem espinhos.

Os cavalos não ficam doentes, mas reagem, produzindo grande quantidade de anticorpos que neutralizam o vírus. Estas defesas naturais se concentram no plasma do sangue dos cavalos, que é processado no laboratório para fabricação do soro.

O Instituto Vital Brazil pode produzir até 300 mil ampolas de soro anti-Covid-19 por ano. O custo de produção é de cerca de R$ 300 por ampola.

Apenas com o plasma de um cavalo é possível se produzir, em um ano, 3 mil ampolas. Os pesquisadores estimam que cada paciente com a Covid-19 vai precisar de 5 ampolas.

Então, se o soro for aprovado, cada animal pode ajudar no tratamento de 600 pessoas.

O Instituto Butantan, de São Paulo, está desenvolvendo outro soro contra a Covid-19. Na Argentina, esse tipo de tratamento já está sendo usado em pacientes.

Os pesquisadores envolvidos no estudo do Instituto Vital Brazil respondem aos questionamentos da Anvisa antes dos testes em humanos.

“Esse mesmo estudo também foi submetido ao Conselho Nacional de Ética em Pesquisa, depois de uma rodada, em dezembro, ele foi finalmente aprovado”, diz Jerson Lima Silva, médico pesquisador da UFRJ e presidente da Faperj/ Finep.

Após a autorização da Anvisa, 41 pacientes internados em hospitais da Rede D`Or serão voluntários. O soro será testado em pessoas que estejam com sintomas leves e moderados da doença há no máximo dez dias.

“A expectativa é que, em um prazo de dias a semanas, a gente tenha essa autorização e possa iniciar esse teste clínico. Nós queremos saber se no ambiente clínico, o paciente doente, no início da doença, ele terá uma evolução mais benigna, uma diminuição da carga viral, uma menor taxa de entubação”, diz Jerson Lima Silva.

Fonte: G1

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