Ideia inicial era levar internet a lugares remotos através de vários balões suspensos em baixa órbita terrestre (Foto: Reprodução)

Projeto abandonado pelo Google vira startup que quer conectar o planeta

O curioso projeto da empresa dona do Google para levar internet a todo o planeta foi abandonado em janeiro de 2021. No entanto, agora uma nova startup pode dar continuidade ao plano de levar conexão a lugares distantes. Inicialmente, o Project Loon previa o uso de vários balões de hélio flutuando a 20 quilômetros de altura. Agora, os fundadores da Aalyria utilizarão parte desta tecnologia para criar uma estrutura que promete alcançar velocidade “mais rápidas do que qualquer outra solução disponível hoje e cobrindo distâncias maiores do que se imaginava anteriormente”.

O Project Loon resistiu durante oito anos e até realizou testes comerciais com balões em 2019 para levar internet a áreas remotas do Quênia. Na época, a iniciativa teve como parceira a Telkom Kenya, terceira maior operadora do país africano. A nova marca agora atua como uma empresa independente e já possui três grandes investidores. De acordo com a agência Bloomberg, aplicações militares também são desenvolvidas com a Aalyria.

Comunicação via laser

O projeto da Aalyria se baseia em duas tecnologias, Tightbeam e Spacetime. De acordo com o canal de notícias americano CNBC, a Tightbeam parece vir direto do Project Loon e usa laser como meio de comunicação entre satélites. Dessa forma, Aalyria se torna uma concorrente da SpaceX, empresa do bilionário Elon Musk que fornece o serviço de internet no Brasil.

Já Spacetime é nome do software que otimiza conexões de rede em terra, mar, ar e espaço. Este setor da startup trabalha na construção de soluções para tornar a conexão de internet mais estável em condições adversas. Um exemplo de aplicação seria durante um voo comercial: algoritmos podem prever quando uma aeronave corre o risco de perder conexão com um satélite ou estação terrestre e, em seguida, instruir para que a antena se conecte a outro satélite e a rede permaneça estável.

Diferentemente do Loon, a startup não deve utilizar balões meteorológicos para o fornecimento de internet (ao menos não com os moldes do escopo do projeto inicial). Em vez disso, a Aalyria deve aproveitar as patentes e soluções já desenvolvidas. Uma delas é o uso de laser para a transmissão de dados.

Aplicações militares

Apesar da “independência” da Aalyria, a holding Alphabet, proprietária do Google, mantém uma participação minoritária na startup e coloca anos de propriedade intelectual, patentes e espaço de escritório à disposição. Ainda assim, a nova empresa terá que sobreviver com financiamento externo. Companhias como Accel, J2 Ventures e Housatonic já estão investindo na Aalyria.

É possível ver emblemas militares na página de parceiros no site da Aalyria. Isso indica que, ao menos no início, a aplicação será principalmente militar. De acordo com a CNBC, a Aalyria tem um contrato de US$ 8,7 milhões – cerca de R$ 45,2 milhões – com a Unidade de Inovação em Defesa dos Estados Unidos. Em comunicado à imprensa, a organização explica que “um espaço de combate totalmente em rede tem sido o sonho dos comandantes há anos e que agora está finalmente ao alcance”.

*Com informações do Techtudo

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