Projeto leva mulheres para apresentar suas profissões a meninas das escolas públicas de São Paulo

SÃO PAULO – Uma mulher piloto de avião quebrou a rotina de uma escola no Centro de São Paulo outro dia. Em outro colégio, na zona sul paulistana, uma adolescente contou que escondia dos pais o sonho de ser fuzileira naval. Também foram a escolas programadoras, cientistas de dados, executivas. Em comum, mulheres em profissões normalmente associadas aos homens, mas que não precisam ser exclusividade deles. Esse é o objetivo de uma ONG que leva líderes femininas a escolas públicas de São Paulo, Rio e Florianópolis: mostrar às meninas que elas podem ser o que quiserem.

– O objetivo é ampliar os horizontes profissionais das alunas de escolas públicas. Na maioria das vezes, elas não conhecem todas as opções de carreira para uma mulher. Então combatemos os estereótipos com que elas sofrem desde pequenas, na escola e na sociedade – diz a porta-voz da Inspiring Girls em São Paulo, Claudie Duvivier.

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A ONG nasceu na Inglaterra e hoje está em 14 países. No Brasil, o foco são palestras com mulheres de destaque nas áreas de Tecnologia, Inovação, Empreendedorismo e Engenharia – setores que crescem no país, com boa oferta de cursos e informação na internet, e onde há menor representação de mulheres.

– Há estudos que mostram que, com seis anos, uma criança já destaca profissões de mulheres e profissões de homens. Na adolescência, uma menina escolhe uma área de atuação com esse estereótipo martelado na cabeça. E ela pode acabar excluindo carreiras possíveis por conta de rótulos. As conversas permitem quebrá-los, criar proximidade, intimidade e confiança – conta Claudie.

As palestras da ONG em escolas já impactaram mais de 2.300 meninas brasileiras entre 10 e 15 anos. Segundo as responsáveis pelo projeto, é uma faixa etária importante para poder orientar ou apresentar profissões às meninas, inclusive algumas que elas talvez nem saibam que existem.

– Nas conversas, as alunas perguntam muito sobre a independência econômica das mulheres. Natural, é um tema que pode ajudar a não enfrentar violência doméstica, por exemplo. É importante que as meninas conheçam o ambiente corporativo, falem de equidade de gênero e desigualdade social, questões sérias no Brasil – diz Corinne Giely, presidente da ONG no país.
Fonte: O Globo

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