Quando há Coach e Coach

Quer resolver todos os problemas da sua empresa ou da sua vida por meio da metodologia Coaching? Cuidado! Você pode comprar gato por lebre. Febre da temporada, atuar como Coach virou a onda do verão, apesar de não ser uma profissão regulamentada no país, estima-se que, conforme reportagem da revista EXAME (18/04/2017), – no Brasil – houve um crescimento de mais de 300% (2010-2014) no número de coaches oferecendo soluções para todos os tipos de problemas, o que pode mascarar o real significado sério da metodologia, transformando-a numa fórmula milagreira, vendida por gurus e mestres performáticos nem sempre bem capacitados.

Mas o que é Coach?

Bom, em primeiro lugar é bom esclarecer que a palavra Coaching é inglesa, surgiu no século XVI devido à produção de carruagens. O vocábulo era entendido como cocheiros, condutores do coche (carruagem). Daí para a metáfora que a carruagem guiava as pessoas no espaço geográfico e o Coach as guiava no campo do conhecimento, foi um pulo.

Já no século XIX, o termo chegou às universidades com o significado de tutor e foi atribuído a professores que auxiliavam alunos em exames, mas, foi por volta da década de 50 que o termo “Coach” passou a fazer referência à capacidade de gerenciamento de pessoas. Décadas seguintes, o mundo dos esportes experimentou seus conhecimentos.

Recentemente, por pressão de um mundo globalizado, as corporações se viram obrigadas a implantar ferramentas para desenvolver pessoas e culturas organizacionais, ampliando a conscientização das competências. Então o Coach passou a ser o profissional capaz de orientar esse processo, extraindo o melhor do grupo ou do indivíduo. Por Coaching entende-se o nome dado à metodologia (processo) que foca num aprendizado comportamental, por meio da motivação da equipe. Se bem aplicada, a empresa/indivíduo é capaz de alcançar objetivos específicos, aperfeiçoar competências, gerando resultados positivos.

Crescem ofertas de cursos on-line

Ávidos por conquistar um mercado cada vez mais crescente, escolas vendem seus cursos a todo tipo de público e bolso. Uma busca rápida no Google (curso de Coaching por internet) identificou 437 mil resultados. O mapeamento mostrou cursos que custam desde R$ 160 reais a R$ 1.999 reais (já aplicado um desconto de 90%).

Em relação à oferta de cursos, Leuza Medeiros, que além de psicóloga e atuar como diretora de Relações com Associados da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Amazonas (ABRH-AM) é Coach há 15 anos, explica a formação necessária. “Ser Coach requer formação complexa e validada por uma instituição reconhecida e federada. Logo, cursos não-presenciais ou convencionais precisam atender aos mesmos critérios. Além disso, vivência, experiência e muita, muita literatura de apoio, são essenciais para o exercício do Coaching”, analisa Medeiros.

Esse excesso de possibilidades e facilidades oferecidas por algumas escolas que aproveitam o andar da carruagem de uma grave crise econômica para vender cursos a aspirantes que vêm na carreira, uma forma de ganhar dinheiro rápido, imputa certa desconfiança quanto aos possíveis resultados esperados. Daí as consequências da aplicação realizada por indivíduos despreparados pode levar a equívocos e desperdício de investimentos. Outro problema é que as escolas sérias e éticas acabam sendo julgadas sob o mesmo critério.

Portanto, quando for contratar um Coach, considere as dicas do Carlos Henrique M. Andrade, presidente da PROA Coaching, entidade criada em 2016 com a finalidade de garantir a essência do Coaching. “O principal cuidado está nas pesquisas sobre o profissional. Deve-se verificar e saber sobre suas certificações, ou seja, se realmente é um Coach certificado por instituição séria e reconhecida no mercado, pois existem, infelizmente, Coaches que têm a formação e pensam que podem certificar apenas com um treinamento de 2 ou 3 dias”, comenta Andrade.

Outras dicas do presidente da PROA são observar as horas de atendimento do profissional (2 mil horas é um parâmetro positivo) e verificar os trabalhos desenvolvidos pelo Coach, como palestras e depoimentos de clientes. Ficam as dicas e boa contratação!

PUBLICADO NO JCAM – JORNAL DO COMMERCIO

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