‘Recalculando’: Educação financeira ensinada desde cedo pode resultar em adultos mais controlados

Economizar, traçar metas e guardar dinheiro são dicas para estabelecer um equilíbrio no orçamento familiar.

Educação financeira é parte do ensino de matemática na rede de ensino no estado — Foto: TV Centro América

A educação financeira contribui significativamente para o controle da gestão do orçamento familiar e traz autocontrole sobre as finanças. Isso evita o acúmulo de dívidas que possivelmente irão corroer o poder de compra. E isso pode ser ensinado desde cedo.

A série “Recalculando – O Valor do seu Dinheiro” é exibida pelo MT2, da TV Centro América, durante esta semana.

Compreender a importância do controle sobre o dinheiro é o que despertou em Emanuel Nascimento, de cinco anos, a vontade de economizar desde já.

Ele junta moedas em um cofrinho que tem desde o último aniversário. A mãe dele, a agente comunitária de saúde Laura Janeysa Nascimento, disse que ele faz essa poupança por vontade própria.

“Todo dinheiro que ele pegava, já guardava. Se dava uma moeda, R$ 1 ou R$ 2 , o que fosse, ele guardava”, contou.

Emanuel traça metas e, com esse hábito, pretende exercitar cada vez mais o controle financeiro.

“Eu vou juntar para, quando quiser muito alguma coisa, possa comprar com meu próprio dinheiro”, disse.

Depois que o celular dele parou de funcionar, fez um planejamento e, com o dinheiro guardado, conseguiu um novo aparelho. Agora, já traçou novos objetivos.

“Tenho que pensar na faculdade. Não vou gastar para mais nada. Se não tiver objetivo, como é que vai para a frente?”, concluiu.

Para o psicólogo e professor da Universidade Federal de Rondonópolis, George Moraes de Luiz, trabalhar questões financeiras desde cedo contribui significativamente para uma vida adulta com mais controle.

“Uma família que conversa sobre dinheiro com os filhos e ensina a fazer a gestão financeira desde pequeno, ela será uma pessoa que, consequentemente, terá maior probabilidade de ter mais controle sobre as contas”, afirmou.

Segundo ele, a sociedade desenvolve gatilhos de consumo compulsivo, indo na contramão da educação financeira.

“Todos nós estamos suscetíveis a desenvolver gatilhos de consumo ao longo do tempo, a partir de tudo isso que está exposto para nós, de uma sociedade que nos ensina a gastar. Então, todos esses elementos fazem com que a gente desenvolva algum gatilho mental que, consequentemente, pode levar a uma dificuldade na hora de lidar com dinheiro”, contou.

Exemplo desde cedo

A empresária Bruna Rodrigues se preocupa com esses gatilhos de consumo e, por isso, tem ensinado o filho José Nicholas, de 3 anos, a entender o motivo de um brinquedo ser mais caro do que outro e porque não pode levar tudo para casa, quando vai ao mercado.

Ela estipulou um limite de compra.

“Atualmente, ele está começando a entender sobre o limite de dinheiro que tem. Por mais que ele tenha 3 anos, já está entendendo que tem brinquedo mais caro que outros e eu explico que não dá para comprar”, disse.

Segundo ela, Nicholas começou a ficar mais esperto.

“Ele já está entendendo que, se pegar algo mais barato, consegue levar até dois brinquedos”, contou.

Ela pretende preparar o filho para a vida adulta de forma responsável com a administração do dinheiro.

“Quero deixá-lo preparado para que possa ter uma vida financeira saudável, quando for mais velho”, afirmou.

Educação financeira nas escolas

Para formar alunos mais conscientes em relação às finanças, o assunto passou a ser parte das aulas de matemática na Rede Pública de Ensino no estado.

Há pouco mais de um ano, o conteúdo começou a ser discutido em sala de aula para os alunos do 9º ano do fundamental. Os alunos visualizam exemplos práticos para a gestão do próprio dinheiro com noções básicas para poupar e investir.

Para o professor de matemática Alexandre Moraes, os alunos estão despertando interesse pelo tema.

“Um aluno começou a se dedicar à Bolsa de Valores. Outro chegou e disse: ‘O que o senhor acha de eu comprar um terreno parcelado?’. Eu achei fantástico! É um investimento, de acordo com nossas aulas”, contou.

Fonte: G1 Mato Grosso

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