(Foto: Divulgação)

Renner fecha 20 lojas e demite: o que está acontecendo com a varejista?

A Renner divulgou na última quarta-feira, os resultados do primeiro trimestre de 2023 que refletem a situação desafiadora da empresa. Veja os dados e a comparação do mesmo período no ano anterior:

  • Lucro líquido de R$ 46,8 milhões — queda de 75,6%
  • Receita líquida: R$ 2,278 bilhões — alta de 2,2%
  • Ebitda ajustado: R$ 262,1 milhões — queda de 12,1%

O QUE ACONTECEU COM A RENNER?

O comando das Lojas Renner admitiu que cometeu erros de estratégia de preços que causaram perda de competitividade e participação de mercado. Além disso, explicou em documento enviado para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM):

“O lucro líquido do trimestre foi inferior ao do primeiro trimestre de 2022, em função da menor geração operacional dos segmentos de varejo e serviços financeiros. As despesas adicionais de baixa de ativos de R$ 16 milhões (R$ 10,6 milhões líquidos de impostos) também impactaram este resultado.”

QUAIS LOJAS FAZEM PARTE DO GRUPO RENNER?

A empresa tem mais de 20 marcas próprias de roupas das Lojas Renner. Além disso, é dona da Camicado e da Youcom.

RENNER FECHA 20 LOJAS 

Após a divulgação dos resultados, a Renner fechou 20 lojas de suas marcas no primeiro trimestre deste ano. No total, foram 13 unidades da Camicado (que viu sua receita cair 14,6%), quatro da própria Renner e três da Youcom.

A QUEDA DA CAMICADO: O QUE ACONTECEU?

O segmento de Casa e Decoração “seguiu enfrentando um cenário desafiador, intensificado por um ambiente macro mais difícil, caracterizado por inflação e endividamento das famílias em níveis elevados”, disse a empresa, em documento enviado à CVM.

Além disso, marcas do setor de casa e decoração têm sofrido uma queda acentuada na demanda após o fervor de compras durante a pandemia, quando as pessoas queriam reformar suas residências.

  • É o mesmo que ocorre, numa situação pior, com a Tok&Stok — varejista que também fecha lojas e foi recentemente alvo de um pedido de falência.

RENNER DEMITE FUNCIONÁRIOS

Para tentar garantir mais eficiência e corrigir “erros de análise que fizeram a empresa tomar atitudes erradas”, a Renner também demitiu dezenas de funcionários.

  • O número de demitidos não foi revelado

QUAIS SÃO OS PRÓXIMOS PASSOS DA RENNER?

Apesar de ter divulgado lucro inferior ao ano passado e o fechamento de unidades, as projeções das Lojas Renner para os próximos anos são de crescimento. Para você ter uma noção, o relatório diz que a marca espera inaugurar de 15 a 20 lojas este ano, sendo 75% em novas cidades.

Mas também deixa claro: “essas expectativas dependem, substancialmente, de fatores alheios à vontade da companhia, tais como condições de mercado, desempenho da economia brasileira, do setor e dos mercados internacionais”.

Outra estratégia da companhia é investir em startups de varejoPor meio do RX Ventures, fundo de Corporate Venture Capital (CVC) da Lojas Renner S.A., a empresa assinou seu primeiro contrato de investimento em uma startup fora do Brasil.

O aporte minoritário (valor não divulgado) foi feito na Radar, retailtech sediada em Nova York que desenvolve soluções para controle de estoques, localização e acompanhamento em tempo real do manuseio e da movimentação de produtos nos pontos de venda com uso de visão computacional e identificação por radiofrequência (RFID).

POR QUE IMPORTA?

Além da disputa ter ficado mais acirrada com o avanço de fortes concorrentes de fast fashion como a SheinShopee, e mais; está claro que empresas como a Renner, a Marisa, a Americanas e a Tok&Stok ainda não souberam identificar o comportamento do consumidor após a pandemia (que mudou muito).

Isso é uma lição clara para empreendedores que, mesmo quando estão ocupando um lugar interessante no mercado, precisam saber que tudo pode mudar em questão de segundos. É preciso estudar, fazer benchmark, se atualizar e, caso necessário, pivotar para permanecer relevante no mercado. 

*Com informações do site Startse

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