Manaus consolidou-se como o segundo maior polo produtor de ar-condicionado do planeta, ficando atrás apenas da China.
Com produção 100% concentrada na Zona Franca de Manaus (ZFM), a cidade é um exemplo de como a combinação de incentivos fiscais e infraestrutura consolidada pode colocar o Brasil em posição de destaque no mercado global de climatização.
A maior fabricante de aparelhos de ar-condicionado do mundo, Gree, com 25 anos de produção em Manaus, projeta para 2025 um crescimento robusto, mas mais modesto em relação ao recorde de 2024.
Em 2024, a companhia cresceu 38% em faturamento e 21% em unidades vendidas em relação a 2023, quando foram comercializados 4,3 milhões de aparelhos, uma alta de 54% em comparação ao ano anterior, segundo dados da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros).
Impacto econômico local
A indústria instalada em Manaus gera milhares de empregos diretos e indiretos, movimentando a economia local e estimulando o desenvolvimento de tecnologias mais sustentáveis.
Hoje, a fábrica de 100 mil metros quadrados da Gree tem capacidade para produzir 1,5 milhão de aparelhos por ano e, em 2024, fabricou 800 mil unidades.
A expansão para um terceiro turno permitirá a produção de um sexto modelo, com contratação de trabalhadores temporários.
Por outro lado, o setor enfrenta desafios relacionados à alta de custos, como o aumento de 5% nos preços dos aparelhos previsto para janeiro de 2025 devido à alta nos custos de importação de kits usados na montagem.
Cenário competitivo
Atualmente, 12 indústrias disputam o mercado brasileiro de climatização, liderado pela Midea e seguido pela Gree e pela coreana LG.
A previsão é de que mais oito fabricantes ingressem no segmento em 2025, aumentando a concorrência. Apesar disso, a Gree busca liderança no mercado nacional, onde hoje detém 17% de participação.
Enquanto a Gree avalia ingressar na linha branca com produtos importados em 2025, sua concorrente Midea acaba de inaugurar uma fábrica de lavadoras e geladeiras em Pouso Alegre (MG), fortalecendo sua presença no Brasil.
Essa estratégia reflete o potencial de expansão do setor, mesmo diante das incertezas econômicas.
Cenário promissor
Apenas 25% dos lares brasileiros possuem aparelhos de ar-condicionado, indicando uma demanda reprimida significativa.
O calor recorde de 2024 impulsionou as vendas, mas as projeções para 2025 são mais cautelosas devido à inflação e à possibilidade de retração na economia.
Apesar das incertezas, o polo de Manaus segue como um pilar estratégico para o mercado global, reafirmando sua importância na geração de empregos, desenvolvimento tecnológico e contribuição para a economia brasileira.
Fonte: Real Time 1.