Sophia, uma cidadã do mundo de fios e sensores!

Ela não é uma estrela de cinema e nem uma celebridade instantânea nas redes sociais, mas o impacto de sua presença representa muito mais que isso e deixa todos boquiabertos, cheios de curiosidade. Alguns, embevecidos com sua potencialidade e outros, desconfiados. Afinal, é uma nova “espécie” que nasce com o desenvolvimento da robótica e da inteligência artificial.

Gente quase igual a gente

No lugar de veias, órgãos, cartilagens e etc. Sophia é composta por fios, sensores, cabos e um monte de parafernálias tecnológicas que dão vida ao robô humanoide, inspirado no rosto de Audrey Hepburn. Ela “nasceu” em 2015 e seu progenitor é David Hanson, dono da Hanson Robotics.

Vida própria

Mas, o mais intrigante na Sophia é sua capacidade de pensar e desenvolver uma série de atividades mesmo sem comando, já que possui um sistema de inteligência artificial capaz de permitir o desenvolvimento do aprendizado.

Ela faz parte da primeira geração de robôs-inteligentes do século XXI e parece ter saído diretamente de um filme de ficção cientifica para viver dividindo o espaço entre os humanos.  E ainda não sabemos ao certo o quanto essa tecnologia irá impactar na vida do planeta mais adiante. Agora tudo parece estar indo muito bem, obrigada!

Por uma vida perfeita

A intenção é de que Sophia e seus outros parentes robóticos, já em plena atividade, prestem serviços à humanidade. A ideia parece excelente e não é de hoje que a tecnologia vem desempenhando tal papel, mas sob o comando humano. Estar em ambientes inóspitos, onde o ser humano correria risco de morte e desenvolver milhares de movimentos repetitivos, que levariam o homem a desenvolver doenças ocupacionais, por exemplo, já vem sendo realizado com sucesso, há tempos!

Imagem e semelhança

Porém, esses robôs-sociais que interpretam nossas expressões faciais e emocionais, e que conversam olhando pra gente piscando os olhos como um simples mortal é algo – no mínimo – estranho e desconcertante!

Em um vídeo no youtube dá pra assistir ao episódio do Tonight Showbotics, com o apresentador Jimmy Fallon se apresentando à Sophia. O rapaz está totalmente desconcertado e sem saber ao certo como agir.

Durante a entrevista, Sophia se mostra simpática, faz gestos com as mãos, sorri, faz piada, brinca e parece amistosa. Jimmy, que leva um tempo pra digerir a situação e se aproximar à Sophia, justifica o comportamento desconfortante à plateia dizendo que é seu primeiro encontro com um robô.

Da mala pro mundo

E se isso não bastasse é difícil imaginar que nas horas vagas entre as viagens pelo mundo, Sophia fique desmontada e transite com suas peças guardadas numa mala. Ai, chega ao destino e se transforma novamente na Sophia. Um ser com nome, personalidade, fisionomia, expressividade e, cidadania saudita.

Direitos e limites

Pelo incrível que possa parecer o governo da Arábia Saudita foi o primeiro país do mundo a conceder – em 2017 – o título de cidadania ao robô. Se foi uma jogada de Marketing, a ação apresenta questões a serem refletidas. Algumas delas são: Qual será a linha divisória entre a raça humana e a de robôs? Os robôs terão direitos? Se sim, quais serão? Teremos casamentos e uniões afetivas entre humanos e robôs? Robôs com robôs? Além disso, até que ponto essa espécie pode se desenvolver? Ou quais os limites de sua ação? Em relação às empresas, indústrias, governos, guerras, como serão utilizados?

Enfim, a gente não tem noção do impacto – ao médio prazo – que a tecnologia irá causar não somente nos negócios, mas na nossa vida pessoal e no planeta. E com tanta coisa acontecendo, acredito que vale uma reflexão sobre os caminhos que estamos construindo.

Tecnovida

As vantagens e benefícios da tecnologia são muitos. Da saúde ao agronegócio, parece que todos os nossos problemas estão com prazo de validade vencendo. A impressão que tenho diante de tanto entusiasmo com a tecnologia é que o mundo será finalmente feliz, mais rico, mais autossustentável, mais saudável, mais tudo-de-bom!

Carne e osso

Não sei se sou somente eu um ser humano cheio de dúvidas, conflitos, incertezas, que considero importantes para essa jornada intrigante e, portanto, para meu crescimento pessoal e profissional, que trago uma ponta de desconfiança desse pacote tão “perfeito”.

O outro lado do muro

Até Deus tinha o paraíso perfeito até que um casalzinho resolveu se deliciar com uma fruta proibida, pois, segundo a Bíblia, a única restrição ao Adão e à Eva era a que eles não comessem as frutas de uma única árvore – a “árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau”, podendo se alimentar de todas as demais. Já sabemos qual foi a escolha e no que isso implicou. Só sinto por não termos aprendido a lição!

E continuamos com a pretensão de resolver todos os problemas do mundo de um jeito ou de outro. Agora fazemos do “deus-tecnologia”, o salvador do mundo, objeto de culto e adoração!

Os dois lados

A dualidade é uma constante imutável no nosso espaço físico. Tudo tem os dois lados. Esse conceito do Hermetismo pode ser lido no livro Caibalion, como o Princípio da Polaridade, no qual consta que “tudo é duplo; tudo tem polos; tudo tem seu oposto; o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em graus; extremos se tocam; todas as verdades são meias-verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados”.

Agora resta rezar para que a Sophia não tenha um dia de fúria! Aí só com a ajuda do bom e velho Deus!

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