Startup baiana gera R$ 1,5 milhão em renda para catadores

Liderada por duas mulheres, a SOLOS tem ações voltadas à economia circular e geração de renda

Foto: Adriano Alves Fotografia

Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), indicam que a economia brasileira perde R$ 14 bilhões todos os anos com o descarte incorreto de resíduos recicláveis. Para ajudar a reverter este quadro e promover a economia circular, as amigas Saville Alves e Gabriela Tiemy fundaram a SOLOS, startup baiana que desenvolve soluções para reduzir o “lixo” das cidades.

Saville a Gabriela se conheceram em 2016 quando trabalhavam como na ONG Teto, que trabalha com soluções para moradias populares. “Com as vivências dentro de comunidades em vulnerabilidade, o lixo foi percebido como um demarcador social e o incômodo sobre essa problemática foi intensificado pelas mudanças de estilo de vida que estávamos passando”, destaca Saville.

As sócias Gabriela e Saville, da SOLOS. Foto: Tayse Argolo

Gabriela explica que um fator importante nos projetos da SOLOS é a geração de renda para a população da região onde está atuando. “Temos uma política de contratação de fornecedores que valorize o trabalho e o conhecimento local e que utilizem insumos preferencialmente de menor impacto”, frisa.

Com este propósito, a startup já recolheu 600 toneladas de resíduos, e engajou mais de 1 milhão de pessoas. Entre os projetos liderados pela SOLOS estão o Braskem recicla, que acontece nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Bahia; o Carnaval Folia Que Vira, maior ação de sustentabilidade em eventos de todo o Brasil; e o Vidrado, ação de sensibilização e coleta de vidro na comunidade de Caraíva e Ponta do Corumbau, no sul da Bahia.

“Hoje o Braskem recicla, é a principal ação patrocinada de educação e engajamento da companhia sobre economia circular. Além deles, temos o Carnaval Folia Que Vira e o Vidrado, entre outros, que juntos geraram renda de 1,5 milhão para a cooperativas”, conta Saville.

A sócia acrescenta que todo processo acontece através da contratação de cooperativas e seus membros que atuam na educação ambiental, na coleta e na triagem do material. “Além disso, podemos fazer recortes de gênero e raça, por exemplo, para valorizar populações que historicamente foram invisibilizadas”, explica. “Das pessoas que foram empregadas durante a ações, 34% são homens, 66% mulheres; 40% auto identificados como da comunidade LGBTQIA+; e 25% de negros e negras”.

Para a realização destes projetos, entre time direto e cooperados, mais de 200 pessoas foram empregadas. “Adotamos uma política de remuneração em que o valor da hora de trabalho dos cooperados deve ser igual ou superior a do time contratado para atividades de campo, como mobilizadores”, pontua.

Além do trabalho com resíduos recicláveis a startup atua também com a compostagem de resíduos orgânicos, oferecendo este tratamento para escolas, empresas, condomínios e até residências, onde atuam com soluções em pequena escala. Nas escolas, a compostagem faz parte das atividades curriculares e gera conhecimento dentro da sala de aula. Cursos, workshops, oficinas e ações educacionais também estão entre os serviços oferecidos pela SOLOS.

Nas ações de compostagem são tratados os resíduos orgânicos das escolas e até das casas dos alunos e alunas. Foto: SOLOS

Em 2022, Saville Alves passou a integrar a lista de 20 mulheres inovadoras nas Agtechs da Forbes Brasil.  De acordo com ela, a startup cresceu 400% de 2020 para 2021 e que a expectativa é de dobrar o crescimento em 2022, tanto em impacto, faturamento e estrutura interna de time. “Assim tornamos a vida de melhor para todos e todas: das cooperativas de reciclagem até às tartarugas marinhas”, destaca.

Fonte: Ciclo Vivo

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