Sua empresa tem boas práticas para compartilhar?

Não é novidade que o país atravessa uma grave crise ética.  A maior empresa nacional – o Estado – não tem apresentado exemplos de boas práticas. A cada dia, às vezes no mesmo, somos surpreendidos com escândalos que em nada coadunam com postura ética, bons valores e boas práticas, mas o que estamos fazendo para não reproduzir essa triste realidade?

Recentemente, casos de corrupção ligados à máquina estatal estão se tornando corriqueiros, e pior, muitas empresas privadas também seguem esse modelo.  Exemplos como o da operação “carne fraca”, que envolvem as empresas JBS e BRF, revelam que – por dinheiro, comprar fiscais, comercializar produtos adulterados e/ou estragados ou com datas de validade vencidas parece algo aceitável, mas não é! Não vamos nem falar de algumas construtoras…

De Maquiavel ao século XXI

São esses e outros casos que – bombardeados diariamente na mídia – contribuem para uma quase aceitação do inaceitável, em que nós vamos nos distanciando dos princípios éticos, conformando-nos com o que é menos antiético, confundindo o que é certo e errado. Sobretudo, porque equilibrar essa balança não é nada fácil, já que essa história não começa hoje. Maquiavel inovou quando escreveu em pleno século XVI o famoso “O príncipe”, livro emblemático e controverso, mas que mostrava a realidade de uma Itália dividida.

O autor do livro propõe que o líder (príncipe) abra a mão de recursos pouco ortodoxos para permanecer no poder político a qualquer custo. São no geral, táticas e estratégias longe de constituírem o panteão das boas práticas. Entretanto, trazendo para a realidade, o funcionamento do jogo político retratado na obra, pode ser encaixado nos dias presentes tanto na política quanto nas empresas.

Ele foi corajoso em permanecer com o posicionamento indigesto, mas, nós somos – em boa parte – omissos em muitas situações e não mudamos! Muitas vezes fazemos vista grossa para certas atitudes que acontecem nas nossas empresas.

Todo mundo diz que é correto, mas a gente é mesmo?

Ao observarmos nossas atitudes, podemos nos pegar falando uma coisa, mas, agindo de outra forma. Há inconsistências no pensar e no agir e não percebemos. Para Ligia Maria Duque Johnson de Assis, psicóloga e diretora de Educação e Desenvolvimento da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Amazonas (ABRH-AM), acabamos nos acomodando em situações que dão certo, mesmo não sendo as corretas, e não sentimos necessidade em mudar. “Repetimos comportamentos porque eles nos trazem um ganho, qualquer que seja objetivo, material ou subjetivo. Ao repetir comportamentos nos acostumamos e eles passam a ser automáticos, ou seja, não os analisamos ou criticamos, só fazemos porque estão dando certo e em ‘time que está ganhando não se mexe’”, comenta a diretora.

Por um mundo melhor

O outro lado da balança mostra que algumas lideranças empresariais, constituídas por gente com base moral sólida, vêm fazendo a diferença. Entenderam que o mundo só pode ser melhor se houver uma transformação no pensamento e comportamento das pessoas e colaboradores. É preciso investir numa sociedade menos desigual e sustentável para que o próprio negócio continue. Atuam como agentes transformadores, desenvolvendo projetos sociais, educacionais ou implantando ações do bem.

E é justamente pensando nessas empresas que a ABRH-AM lançou neste mês a Edição 2017 do PRÊMIO SER HUMANO OZENEIDE CASANOVA NOGUEIRA. O objetivo do Prêmio é homenagear e motivar as empresas sérias e que têm por missão disseminar as boas práticas no ambiente de trabalho e fora dele. As inscrições vão até o dia 20 de outubro, já no dia 16 de novembro será divulgada a lista com os projetos classificados e, finalmente, em 05 de dezembro acontecerá a cerimônia de premiação. Então conheceremos os representantes das empresas instaladas em Manaus comprometidos com as boas práticas, afinal são as pessoas que movem as empresas!

PUBLICADO NO JCAM – JORNAL DO COMMERCIO

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