Nesta segunda-feira (5), a Seleção Brasileira entra em campo no Estádio 974 para enfrentar a Coreia do Sul pelas oitavas de final da Copa do Mundo 2022. Neymar Jr. já foi confirmado entre os jogadores que participam da partida.
Depois do primeiro jogo, o atacante ficou afastado e em recuperação após sofrer uma entorse no tornozelo direito e lesionar o ligamento na região. O tratamento que garantiu sua volta usou técnicas de fisioterapia muito eficazes: a crioterapia e a eletroterapia.
Embora não sejam métodos novos, eles estão mais avançados tecnologicamente. A crioterapia, por exemplo, nada mais é do que a aplicação de gelo no local da lesão para reduzir o edema e inibir a dor a partir do controle do processo inflamatório.
Atualmente, entretanto, o jogador usa uma bota que garante que a técnica seja mais eficaz. O dispositivo usado pelo atacante é o CryoSport. “Usamos essa tecnologia tanto para lesão como para recuperação após treinos e jogos”, explica Alexandre Barbosa, fisioterapeuta coordenador do Vasco, em entrevista à Folha de S.Paulo.
Rodrigo Santana, que desenvolveu o equipamento, lembra que não é fácil prever o ponto lesionado internamente nem para que lado o processo inflamatório está direcionado. “O CryoSport combina crioterapia e compressoterapia. Ele permite pressão contínua ou intermitente: comprime para retirar o edema e relaxa para que o sangue retorne ao ponto.”
Tempo de tratamento reduzido
Segundo Barbosa, ao regular a temperatura e a pressão, a técnica permite definir o protocolo de acordo com a necessidade de cada atleta. “Isso torna o tratamento mais confortável e eficaz”, destaca. Barbosa diz que normalmente usa temperaturas entre 9ºC e 10ºC para recuperação e temperaturas ainda mais baixas para lesões — a depender da tolerância do paciente.
Santana destaca em entrevista à Folha de S.Paulo que, dessa forma, há menos erro no processo terapêutico e o tempo de tratamento é reduzido. “O tornozelo tem um dos maiores complexos de ligamentos e nervos do corpo humano. O CryoSport envolve o membro lesionado em 360 graus para atuar em 100% do tornozelo, o que reduz as chances de erro.”
Para otimizar o tratamento, a crioterapia é combinada com eletroterapia — que usa corrente elétrica para tratar a dor. “No caso do Neymar, qualquer pequeno ganho de tempo faz diferença”, lembra Ronaldo Alves da Cunha, professor de medicina esportiva da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em entrevista à Folha de S.Paulo.
Ele diz que a eletroterapia alivia a dor e atua na cicatrização. Cunha destaca que a decisão de retorno do jogador às partidas envolve uma equipe multidisciplinar que avalia vários aspectos, como inchaço, dor, movimentos, força muscular e exames de imagem. “Além disso, é preciso ouvir o atleta, pois ele precisa ter confiança para jogar.”
*Com informações do site Itatiaia
