O Brasil é dono de um dos ativos mais valiosos do planeta: a Amazônia, que além de ser rica em biodiversidade, também tem enorme relevância na regulação do regime mundial de chuvas. A Siemens é uma das signatárias do Movimento Empresarial pela Amazônia, iniciativa do CEBDS – Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável e eu quero aproveitar este espaço para falar um pouco sobre o que esse apoio significa para a nossa empresa.
Um dos pilares estratégicos da companhia denomina-se “Tecnologia com Propósito”, definindo que, com a colaboração junto a nossos clientes e parceiros, trabalhamos para gerar progresso e crescimento para todas as sociedades, consumindo menos recursos.
Nosso olhar sobre a Amazônia segue esse mesmo princípio. Tudo o que já fazemos e viermos a desenvolver nessa região tem e sempre terá como objetivo principal apoiar o desenvolvimento local. É certo que essa enorme região dispõe de riquezas naturais incomparáveis, e elas serão cada vez mais valiosas quanto maior for a preservação desse ecossistema.
Um dos grandes desafios para o desenvolvimento econômico da região é o fornecimento de energia para populações remotas. Uma situação paradoxal se apresenta, já que essas comunidades se encontram, em sua maioria, às margens de alguns dos rios mais volumosos da Região Norte e de todo o Brasil. Áreas extensas da Amazônia carecem de infraestrutura para serem conectadas ao sistema nacional. Nesses locais, mais de 90% da energia gerada vem do diesel e o sistema enfrentava desafios em suas operações logísticas, performance, longos apagões e, consequentemente, alto custo operacional.
Mantendo um grande foco em Energia Distribuída, implementamos equipamentos de automação, proteção e controle nas unidades de geração de energia em doze usinas da Amazônia. Elas são monitoradas por uma central única, que coleta informações operacionais de forma remota, evitando o deslocamento de equipes e proporcionando maior segurança, confiabilidade e eficiência energética no fornecimento de energia aos mais de 160 mil moradores da região. Dispomos, ainda, de soluções tecnológicas que podem tornar estas usinas mais ecoeficientes, com implementação de geração fotovoltaica e armazenamento de energia.
Outro tema de alto potencial da região é a economia verde. O uso racional da biodiversidade presente na floresta para suprir mercados diversos, como o de óleos essenciais, precisa entrar na estratégia das empresas e dos governos do Brasil, em suas várias instâncias. A tática mais eficiente para abordar esse tema é a que se apoia na tecnologia, utilizando recursos digitais para garantir rastreabilidade e uso eficiente de recursos das indústrias, de forma a beneficiar a economia dessa região, sem devastá-la. Nos anos mais recentes, a Siemens moldou seu portfólio, globalmente, de forma a se tornar referência no uso de tecnologias digitais a serviço da sociedade, e nesse aspecto já estamos prontos para cooperar com a resiliência de nossa rica biodiversidade.
Por último, mas igualmente importante, eu gostaria de destacar um projeto que nos trouxe muita satisfação, durante o período mais desafiador da pandemia. Em parceria com a Fundação Amazônia Sustentável, aportamos recursos para colaborar com o atendimento da Covid-19 a populações ribeirinhas, no estado do Amazonas. Nesse projeto, as doações contribuíram para a compra de equipamentos de proteção individual e para a consolidação de centrais de telemedicina, interligando-as a postos de atendimento remoto. A ação impactou vinte comunidades – mais de 380 famílias.
É claro que há muito mais para se fazer na Amazônia, e essa responsabilidade é de todos os brasileiros. Particularmente, considero que as empresas podem desempenhar um papel de enorme importância nessa tarefa. Por isso, incentivo você, líder de empresa ou simplesmente alguém interessado no tema, a se engajar nesse trabalho. Juntos, nós podemos garantir a sustentabilidade da Amazônia e, por consequência, do nosso planeta.
*Com informações da CNN Brasil