No primeiro passo mais importante para começar a reorganizar a educação no novo governo, a equipe de transição do presidente eleito Lula da Silva (PT) concluiu, na última semana, a definição dos profissionais encarregados da educação. A reportagem é de Laísa Dall’Agnol e Diogo Magri, da Veja.
A excelente lista inclui nomes como Alexandre Schneider, ex-secretário municipal de Educação de São Paulo; Neca Setubal, herdeira do Itaú e presidente do conselho consultivo da Fundação Tide Setubal; Priscila Cruz, presidente do movimento Todos pela Educação; e a professora e senadora eleita Teresa Leitão (PT-PE).
Conforme publica a Veja neste domingo (20), uma das favoritas para comandar o Ministério da Educação (MEC) é Izolda Cela (PDT, foto), governadora do Ceará até o fim de dezembro.
Além de, segundo aliados de Lula, ter a simpatia do presidente eleito, ela traz em seu currículo o fortíssimo legado deixado na educação de Sobral (CE), cidade que virou modelo pelos bons índices de alfabetização infantil.
Queixas
Uma postura recorrente dos governos que assumem o Palácio do Planalto é a queixa sobre a herança ‘podre’ deixada pelo antecessor.
No processo de transição, o time de Lula já começou a fazer o mesmo em relação à gestão Jair Bolsonaro (PL) e, faça-se justiça, tem razão nas queixas sobre algumas áreas, em especial a educação.
Os últimos anos foram marcados por trocas constantes de ministros (cinco) e um escândalo de corrupção envolvendo o conluio do ex-titular Milton Ribeiro com pastores evangélicos para a distribuição irregular de verbas da pasta.
Soma-se a isso um grande déficit educacional deixado pela pandemia e a interrupção de programas importantes.
Como resultado dessa equação problemática, a despeito do investimento de 6% do PIB em educação, o Brasil segue com um padrão educacional baixo.
Desempenho
No último Pisa, a principal avaliação internacional de desempenho escolar, de 2018, o país ocupa a 66ª posição, atrás de Azerbaijão e Peru.
De acordo com especialistas, o problema não é orçamentário, mas sim operacional, com defasagem no sistema de ensino e altos índices de evasão escolar; questões potencializadas por dois anos de pandemia.
É verdade que vários países tiveram perda de aprendizado nesse período. Só que, no caso brasileiro, em boa parte do tempo, como aponta Claudia Costin, diretora do Centro de Políticas Educacionais da FGV, o MEC não fez nada para coordenar um país em que muitos municípios são pobres.
“A maior tragédia na educação é a inexistência de uma resposta educacional coordenada à covid-19”, explicou.
Recomposição
Gleisi Hoffmann, presidente do PT, tem repetido que ser um integrante do grupo de trabalho não é indicativo, necessariamente, de que sairá dali o nome para a posição de ministro.
A envergadura do time, no entanto, demonstra a importância que Lula e aliados deverão dar à área.
Para as próximas semanas, a equipe já tem construído um cronograma de encontros a ser realizados, bem como desenhado um diagnóstico inicial sobre o tamanho do problema.
Entre os principais pontos estão, por exemplo, o restabelecimento da estrutura federativa, com diálogo com governadores e prefeitos, e a recomposição do orçamento do MEC.
Leia a reportagem completa na Veja.
*Com informações do site BNC Amazonas