Seguir o embalo do que está bombando na internet para tentar atenção nem sempre pode ser uma estratégia favorável para sua marca.

Se está todo mundo falando, postando e compartilhando a mesma coisa, sua empresa não pode ficar de fora, certo? Nem sempre! É preciso muito cuidado antes de embarcar na onda sem critério, o que é muito comum quando um meme viraliza na internet.
Aproveitar o embalo em busca de likes, engajamento ou simplesmente para mostrar que sua empresa está antenada pode ser uma estratégia equivocada. Então, é bom ficar ligado: o que parece engraçadinho ou descolado pode não fazer sentido para seu negócio ou seu público.
Quem explica é o professor André Miceli, coordenador do MBA em Marketing e Inteligência de Negócios Digitais da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
“Qualquer modelo de comunicação que a empresa decida adotar precisa estar adequado com a mensagem que a empresa quer passar e, principalmente, com o público do qual ela quer atrair atenção”, destaca.
Vantagens x desvantagens
Levando isso em consideração, segundo o professor, não há como recomendar ou não o uso de memes de forma generalizada. O que pode ser muito legal para uma empresa também pode ser um tiro no pé para outra. E sempre há vantagens e desvantagens.
“A mensagem, se for bem desenhada, vai alastrar rapidamente, então, isso pode ser uma grande vantagem. A desvantagem é que a empresa fica sujeita às modificações que esse meme vai sofrendo e, muitas vezes, aquela ideia original que a empresa decidiu associar sua marca, seu produto, pode ser distorcida também. Acaba sendo mais perigoso”, pontua.
Para Miceli, a opção se torna mais arriscada para marcas mais tradicionais ou que lidam com públicos mais específicos. Já as mais despojadas podem (e até devem) assumir certos riscos.
Se você tem um negócio e fica em dúvida na hora de embarcar ou criar memes, confira cinco conselhos do professor André Miceli. Parafraseando um meme bem conhecido, as dicas estão no grau, mami…. ou melhor, empreendedor!
Adequação
“A adequação do meme à empresa e, mais importante do que à empresa em si, ao público do qual a empresa quer atrair atenção, é fundamental”.
Apetite ao risco
“Dependendo da marca, não faz sentido arriscar. Ou ela tem que escolher memes que sejam, teoricamente, mais seguros. Esse apetite ao risco se refere à possibilidade da empresa não querer usar memes nas suas comunicações porque eles podem ser distorcidos ao longo do tempo, e a sociedade, de uma maneira geral, tem reagido de uma forma muito sensível a esses pontos”.
Frequência
“Não dá pra usar muitos memes porque essa criação de identidade que o meme acaba dando à empresa, essa relação que se constrói entre o meme e a empresa pode acabar não acontecendo se ela se utiliza sistematicamente desse recurso”.
Foco na mensagem
“Por mais que o meme possa ser um recurso interessante para atrair a atenção das pessoas, o foco precisa estar na mensagem. É importante que a empresa mantenha o foco e não torne o meme mais importante que a mensagem em si”.
Perfil
“Levar bastante em consideração o perfil do público que precisa ser atingido e a natureza da mensagem que vai ser passada é um ponto importante. Todas as características desse público (como idade, remuneração, gênero) precisam ser levadas em consideração, tomando cuidado com nuances que a sociedade apresenta hoje, a cultura do cancelamento, o risco do meme ser mal interpretado, de ofender ou desagradar um determinado público”.
Além de seguir as dicas, fique atento em relação às imagens: nem todas têm licença gratuita de uso. Certifique-se de estar usando algo de domínio público. Nada de sair usando imagens sem autorização… ou o barato pode custar caro.
Fonte: G1