Vestibular indígena da Unicamp: candidatos, fiscais e auxiliares pedem proteção em paróquia no Amazonas

Estadual de Campinas faz ,neste domingo, o primeiro processo seletivo para esta população desde a fundação da universidade na segunda metade da década de 1960.

Horas antes de a Unicamp aplicar o primeiro vestibular voltado para a população indígena , fiscais, auxiliares e candidatos participaram de uma missa na Paróquia São Gabriel, em São Gabriel da Cachoeira, cidade amazonense considerada a mais indígena do país.

A Olga Ferreira, da etnia Tukano, vai atuar no vestibular como auxiliar, mas fez questão de pedir proteção na missa nesta manhã de domingo (2).

“É importante ter a união entre o branco e o indígena, cada um respeitando suas individualidades”, disse ela.

O Richard Wilson Andrade de Souza é candidato para uma vaga de engenharia agrícola. Antes de encarar as 50 questões do vestibular, o jovem foi pedir proteção divina na missa.

“Este vestibular é um sonho pra mim, uma grande oportunidade”, disse ele. O indígena é da etnia Baré.

A Socorro Monteiro é a responsável neste domingo pelo Colégio São Gabriel, onde os indígenas farão a prova do vestibular. Ela chegou cedo para abrir o prédio, mas destaca a importância do processo seletivo para o município.

“Em primeiro lugar, São Gabriel da Cachoeira é um lugar muito distante, fronteira com a Colômbia. É um privilégio a Unicamp estar aqui hoje, principalmente para os alunos”, disse Socorro.

A Leonisia Gomes Campos vai tentar uma vaga para enfermagem. Ela enfrentou dois dias em um pequeno barco para chegar ao local da prova.

“Eu decidi prestar enfermagem para ajudar as pessoas da minha comunidade”, afirma Leonisia.

Os amigos, Edinho Rodrigues e Luís Gabriel são da etnia Baré. Ambos chegaram cedo à escola onde o exame será aplicado porque confundiram o horário, por causa do horário de Brasília (DF).

Rodrigues vai prestar engenharia agrícola, mas o que ele gostaria mesmo era engenharia de produção.

O Luís Gabriel vai prestar um vestibular da Unicamp pela primeira vez . “É importante ter uma bolsa da Unicamp”.

Auxiliar da Comissão Para os Vestibulares da Unicamp neste domingo, William Batista tem uma ligação forte com a universidade. Ele morou em Campinas, mas se mudou há poucos meses para a cidade amazonense.

“É um momento importante. A Unicamp faz a diferença aqui em São Gabriel da Cachoeira”, disse ele ao chegar na escola onde vai trabalhar ao lado da esposa.

A Mayara Álvares está no nono mês de gravidez e tenta uma das vagas de enfermagem, o curso mais concorrido deste primeiro vestibular para indígenas. “Estou super tranquila e quero prestar a prova para dar um futuro melhor para o meu filho”, comenta a candidata.

A Daniela Villegas Barbosa chegou ao colégio para prestar o vestibular assim que os portões foram abertos pela comissão da Unicamp. Ela disse estar muito nervosa para o exame. “Estou tranquila profundamente, mas por cima estamos muito nervosas”, comenta Daniela ao mostrar as mãos trêmulas. Ela vai prestar o vestibular indígena sonhando com vaga no curso de midialogia.

Fonte: https://g1.globo.com

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