Direta como sempre, a ministra de Estado do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, tem mantido seu posicionamento ao alertar os governantes de que, se não houver empenho no combate aos crimes contra a Amazônia, o Brasil enfrentará um cenário de colapso ambiental.
No encontro que ocorreu na terça-feira [10], em Manaus, Amazonas, na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva [PT], Marina Silva voltou a endurecer sua fala em relação ao estado do Amazonas e aos demais estados que compõem a Região Norte. Com falhas no combate e controle dos crimes de desmatamento e incêndios na Amazônia Ocidental, o governador Wilson Lima [UB] está à frente na linha de reconstrução da BR-319.
O desmatamento no entorno da rodovia federal tem batido recordes de destruição da floresta, e, não por acaso, até hoje as licenças ambientais não foram liberadas. “Não podemos continuar tratando essa situação como se fosse o antigo normal. Esses eventos vão se tornar cada vez mais frequentes e intensos”, informou Marina Silva.
A falta de ação do governo do Amazonas tem contribuído para as tragédias ambientais em Rondônia, Pará, Acre e Mato Grosso, estados que estão no epicentro dos incêndios e queimadas criminosas nos principais biomas brasileiros. Muitas dessas federações só começaram a se mobilizar para combater os crimes quando a situação gerada pela fumaça se tornou insustentável.
A própria Marina Silva aproveitou o momento para dar uma indireta aos governantes: “Estamos em um período em que, por decreto dos governos estaduais da Amazônia e do Pantanal, e por portaria do Ministério do Meio Ambiente, é proibido terminantemente o uso do fogo”, pontuou.
Silva também alertou para outro fenômeno que a floresta amazônica enfrenta neste momento, algo que nem os cientistas sabem como vai terminar: “Estamos vivendo um fenômeno inédito: pela primeira vez, a floresta primária está pegando fogo. Esta é uma floresta úmida. Antes, queimava-se algo em torno de 11%. O incêndio começava no campo ou em área desmatada, depois entrava um pouco na floresta e, como ela era úmida, o fogo apagava”, explicou.
No evento, Silva detalhou o cenário de como os incêndios agora se propagam na floresta tropical, que está perdendo sua capacidade de defesa: “Em 2024, foram 900 mil hectares de lavoura e pecuária atingidos, cerca de 1,4 milhão de hectares de campo e 1,1 milhão de hectares de floresta primária. Isso prova que a floresta está perdendo umidade. É um fenômeno com o qual não sabemos lidar: incêndios em uma floresta tropical por perda de umidade.”
Fonte: News Rondônia.